sexta-feira, 30 de novembro de 2007

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Engracadinho

Brooklyn, Nova Iorque, terça à noite.
Entrega do Gotham's Awards, o prêmio do cinema independente da costa leste americana.
Uma Thurman, Laura Linney, Maggie Gyllenhaal, um monte de garotas da hora presentes.
E o prefeito da cidade Michael Bloomberg resolve fazer piada na frente das garotas.
Ao receber um prêmio, fala do seu papel no filme 'Sex and The City'.
'I was the City'.

Herman Yap aka Heage - Singapura

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

domingo, 25 de novembro de 2007

A China E O Rock'n' Roll

O The New York Times deste domingo traz uma reportagem curiosa sobre shows de rock na China.
Mês passado o Yeah Yeah Yeahs reuniu 10 mil fãs numa apresentação.
Há uma semana o Linkin Park esgotou a lotação de um estádio em Shanghai com 25 mil pessoas na platéia.
'Há 1.3 bilhão de pessoas aqui ... como podemos ignorar isso ?', pergunta, na matéria, um executivo da agência mais tradicional de Hollywood, a Williams Morris Agency, que, de olho num mercado tão exuberante, inaugurou em 2004 um escritório local.
Não chega a ser exatamente um paraíso.
Talvez o mercado chinês esteja mais para um invertido oeste no oriente a ser desbravado.
A pirataria de CDs é incomensurável e a infra-estrutura para turnês, mínima.
Também não há mecanismos confiáveis de cobrança de royalties.
Mas, em compensação, a indústria da música pode se esbaldar com dinheiro de shows, merchandising e venda de ringtones para celulares.
Cinco anos atrás um concerto do Kenny G era notícia espetacular por lá.
Esse ano já passaram pela China, entre outros, Beyoncé, Eric Clapton, Nine Inch Nails, Avril Lavigne e Sonic Youth.

O rock chinês, lembra o NYT, ainda tem passado curto.
Apesar de ter florescido no início dos anos 80, voltou ao underground após o Massacre da Paz Celestial, em 89.
Com a chegada da internet, o rock local ganhou nova injeção de ânimo.
Mas as gravadoras multinacionais não se animam muito a investir por lá.
A gravadora do Linkin Park, por exemplo, a Warner, não lançou na China o último CD do grupo.
E mesmo com as recentes turnês do Nine Inch Nails, do Sonic Youth e dos Yeah Yeah Yeahs em solo local, a Universal também não lançou o CD deles no mercado chinês.
As gravadoras dizem que a pirataria torna a medida inútil.
Um estudo mostra que 85% dos CDs vendidos na China são piratas.
E devem ser mesmo porque o empresário do Gnarls Barkley, por exemplo, diz que ficou perplexo ao ver que a música de maior sucesso da dupla, 'Crazy', registrava venda zero na China.
'Era um buraco negro', no mapa de vendas internacionais, conta ele.
Frustrado com a gravadora, a Warner, que botou a culpa na pirataria, o empresário decidiu ele mesmo abrir um escritório local para defender os direitos dos seus artistas.

Nas turnês, vale lembrar, o preço dos ingressos não pode ser muito alto.
Qualquer coisa acima de 6 ou 7 dólares é praticamente proibitiva para a esmagadora maioria dos jovens chineses.
E como se não bastasse, ainda há a censura.
Não há como se apresentar na China sem um encontro inevitável com o Ministério da Cultura e seus censores.
Toda letra num CD e toda música a ser cantada ao vivo em um show tem que ser aprovada pelo governo para que seja emitida a papelada necessária para a liberação de um concerto ou o lançamento de um album.
Sendo que a aprovação pode demorar meses.
Mas, mesmo com todas essas complicações, a China deverá se tornar parada regular nas turnês internacionais.
É como diz o gringo da Williams Morris.
Como ignorar um público de mais de 1 bilhão de pessoas ?
Para ler o artigo do NYT, clique aqui.

Yosuke Ueno - Japao

So Pra Lembrar

Dia 4 de dezembro tem Gotan Project em São Paulo.
Os ingressos variam de 60 a 300 reais.

Meus Amigos MacMaluquinhos XII - Marcao

Ricardo Montalban - 87 Anos Hoje

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Meus Amigos MacMaluquinhos IX - Thais

Dan Kennedy

Alô migrantes itinerantes ou residentes em Toronto, no Canadá.
A galeria Edward Day está com uma exposição do Dan Kennedy.
Lost in the Echo.
Dan Kennedy é legal.
Um cara que gosta de misturar cultura pop com ficção histórica.

Haja Velinhas !



Steve Van Zandt, guitarrista do Boss e Soprano de primeira, faz hoje 57.
Terry Gilliam, Monthy Phyton de sangue ianque, 67.
Jamie Lee Curtis, musa do peixe Wanda, 49.
Mariel Hemingway, trouble-herdeira anos 80, 46.
E Scarlett Johansson, a garota da hora, 23.

Sempre Polemico

O iTunes já botou à venda.
O novo single de Prince, F.U.N.K., custa $0.99 pra quem tem conta lá.
Eu gostei.
Achei o Prince dos velhos tempos com batida mais atual, menos eletro-sinfônica dos anos 80.
Mas tem muita gente que odiou.
Alguém escreveu no review que parece um encontro de Prince com Chipmunks [achei isso engraçado].
Outro disse que não parece Prince e sim alguém sob efeito de gás hélio.
Eu faço parte da galera que acha que é um novo tipo de funk, com Prince prestando homenagem às suas raízes, que incluem Parliament Funkadelic e Sly and the Family Stone.
Ouça e tire suas próprias conclusões.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Meus Amigos MacMaluquinhos VII - Camila

Mark Ryden

Happy Birthday


Duas musas dos 80's fazem aniversário hoje.
A Mulher Nota 10, Bo Derek, faz 51.
Sean Young, a Replicante que achava que era gente, faz 48.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

A Primeira Vez De Haroldo Castro

Ele conhece nada mais nada menos do que 136 países.
É fotógrafo.
Participou de 15 exposições fotográficas.
Tem centenas de reportagens- e milhares de fotos - na imprensa mundial.
É jornalista.
Em 1999, criou o concurso anual Prêmio de Reportagem sobre Biodiversidade, que já recebeu mais de 2 mil inscrições.
É documentarista.
Já dirigiu mais de 40 docs, vencedores de 30 prêmios nos EUA, incluindo 3 troféus no Festival de Vida Selvagem de Jackson Hole (EUA), além de 10 prêmios na Europa e na América Latina.
Desde 2005 escreve sobre viagem e conservação na revista Planeta, da Editora Três.
Haroldo Castro nasceu na Itália, de mãe francesa e pai brasileiro.
Morou 16 anos em Washington DC, trabalhando para a ong CI - a Conservation International.
Com essa bagagem toda nas costas, não é difícil imaginá-lo criando o Clube de Viajologia.
Um conceito que reconhece a viagem, em suas palavras, como uma 'escola dinâmica'.
E o mais bacana.
Haroldo inventou um teste genial.
O Teste Mundial de Viajologia.
Através dele é possível saber seu estágio de viajólogo.
Pós-Doutorado, Doutorado, Mestrado, Bacharel e por aí vai.
Para fazer o teste você pode acessar aqui.
É divertido.
A gente entra pro Clube e ganha até diploma !
Com vocês, a primeira vez de um verdadeiro Mochileiro das Galáxias !

... PRIMEIRAVEZ NA INTERNET ...
... minha primeira vez foi quando eu tinha 14 anos e morava no Rio de Janeiro ... oopss ... ahn, na Internet ? bem, nesse caso eu era 20 anos mais velho e foi em 1986. ninguém sabia o que era Internet naquela época pois a rede ainda não existia como tal. eu participava de um evento mundial do UNICEF, que dava a volta ao mundo com a Tocha da Paz e precisávamos enviar informações. o nerd da equipe tinha um laptop e, no quarto do hotel, ele abria diariamente a conexão do telefone, fazia uma chamada internacional e enviava o arquivo. na primeira vez eu não acreditei. mas depois me acostumei com a idéia. durante essa mesma viagem, eu mandava uma matéria semanal para o Estadão via Telex ... mas só comecei a usar internet diariamente em 1994, quando trabalhava para uma ONG ambiental, em Washington, DC ...

... PRIMEIRO E-MAIL ...
... o primeiro email que enviei foi justamente para o nerd do evento do UNICEF. nenhum outro amigo tinha email naquele tempo, a não ser os colegas de trabalho, na mesma ong. nos meses a seguir, foi como pipoca. meu email era
h.castro@conservation.org e utilizei o mesmo endereço durante 12 anos, de 1994 a 2006 ...

... PRIMEIRO PROVEDOR ...
... o email era da ONG mesmo e nem sei quem era o provedor. sei que o meu agora no Brasil é a Net ...

... QUANTAS CONTAS DE-MAILS ATÉ HOJE ...
... além daquela conta principal de trabalho que já não existe mais, tenho quatro contas. duas são públicas e recebem muito lixo, nos domínios viajologia.com.br e o meu proprio haroldocastro.com. as outras duas são particulares, uma de trabalho e outra para amigos ...

... LEMBRA DO ALTAVISTA ? E DO ICQ ? ...
... usei muito o Altavista. aliás, ainda uso algumas vezes o Altavista Babel Fish para traduzir algumas palavras. também usei muito o ICQ ...

... PRIMEIRAVEZ NO GOOGLE ...
... lembro perfeitamente e foi bem antes de ser aquele barulho todo. foi um jornalista ambiental finlandês que me mostrou o GOOGLE (achei o nome péssimo) e colocou, para que eu ficasse impressionado, o meu próprio nome na busca. fiquei desbundado. isso aconteceu em um congresso de jornalistas ambientais em Cairo no ano 2000 ...

... E NO SKYPE ...
... também usei desde o início e uso muito, principalmente para chamadas internacionais. em alguns casos custa até mais barato do que ligar para um celular aqui no Brasil. além de usar o Skype, tenho dois telefones VOIP, um deles com um número de Nova Iorque. ou seja, qualquer pessoa nos EUA me liga no Brasil como se fosse uma ligação local. no outro VOIP, ligo gratuitamente também para os EUA e outros países. tenho crédito em ambas contas pois também fica mais barato eu ligar para um celular brasileiro usando VOIP, via EUA ... coisas do século 21 ... as TVCs da vida (Tim-Claro-Vivo) vão ter que cair na real que elas estão abusando do consumidor brasileiro ! ...

... QUEM TE CONVIDOU PRO ORKUT ...
... entrei uma vez no Orkut, com a senha de uma amiga, e vi que aquela praia não era a minha. imagine ter que gerenciar um Orkut se não tenho tempo nem de atualizar meu dois sites www.haroldocastro.com e www.viajologia.com.br ? ...

... TEM BLOG ? ...
... VIAJOLOGIA é um dos blogs da revista ÉPOCA e começou em junho de 2007. foi uma idéia do Paulo Nogueira, diretor editorial da Editora GLOBO, e do Helio Gurovitz, diretor da EPOCA, quando conversávamos sobre minha viagem à Asia Central. o blog teve um sucesso que não esperávamos e a previsão do Alexandre Mansur, editor de Ciência e Tecnologia da ÉPOCA, se realizou: você vai ficar viciado !

Aqui na foto do Migrante Haroldo aparece no deserto do Gobi, na Mongólia, fotografando as Arcas Sagradas no
monastério Khamaryn.
Para ler mais sobre esta que é uma das suas muitas e incríveis aventuras acesse aqui.

Profissao Viajologo


A arte e a ciência de viajar.
Foi com este conceito que o jornalista Haroldo Castro criou seu Clube de Viajologia.
Haroldo é viajólogo de primeira linha.
Nos conhecemos na Rio-92.
E nos reencontramos há pouco no lançamento do livro de Sebastião Salgado, em São Paulo.
O convidei para participar da coluna A Primeira Vez.
E ele me convidou para escrever um post em seu blog na Revista Época, o Viajologia.
A Primeira Vez do Haroldo você vê no próximo post acima.
Para o Viajologia escrevi sobre a cidade da qual você pode até tirar a garota dela, mas ela jamais sairá de dentro da garota [rs].
Nova Iorque.
Por isso convido a todos que passam aqui pelo Migrante que passem lá e deixem um comentário sobre um lugar e/ou passeio favorito em NY.
Blog do Viajologia

Meus Amigos MacMaluquinhos VI - Marcao, Gus & Renatinho

Rio de Janeiro, 1936 - Cidade do Esplendor

É praticamente um viral.
Da Califórnia, o Xato, mais uma figura lendária da ECO nos anos 80, mandou para a Panelinha [e-group dos ex-alunos].
Da Panelinha, o Bello mandou para o Migrante.
E eu repasso a vocês.
É o link de um video do You Tube.
Já tinha visto no Escriba, do amigo-blogger sangue-bom Jorge Cordeiro, mas não tinha tido tempo de parar pra ver.
Hoje vi.
O Rio de Janeiro, filmado em cores, em 1936.
Vale a pena ver !
Rio - City of Splendour é uma produção da MGM, a Metro-Goldwyn-Mayer, com direito a leão e tudo abrindo a boca no início.
Faz parte de uma série chamada Traveltalks - The Voice of the Globe, do documentarista James Fitzpatrick.
Mostra a Baía de Guanabara, a Av. Atlântica - na época ainda Avenida Beira-Mar - os calçadões do centro e os jardins modernistas.
Como carioca, fiquei emocionada.
Porque como bem disse o Bello, é lindo e triste ao mesmo tempo.
youtube.com/watch

Chris Buzelli

Larry King - 74 Anos Hoje

domingo, 18 de novembro de 2007

Chick Flick

Além de ser minha amiga MacMaluquinha, Alessandra Dias, a Alê, é mais uma amiga cinéfila.
Tem até conta no hotmail com login de Jean Seberg.
Aqui no Migrante ela fala sobre um de seus chick flicks favoritos.

Por Alessandra Dias

Orgulho e Preconceito
(Pride & Prejudice, 2005) é um filme de olhares.
Sutis, receosos, tímidos, porém reveladores.
Através deles conhecemos os desejos, angústias e decepções dos personagens.
Impossível resistir aos belos e tristes olhos azuis do ator inglês Matthew Macfadyen como o esnobe (que se revela adorável) Mr. Darcy.
Foram eles que me fizeram acompanhar os encontros e desencontros do casal protagonista para depois confessar publicamente que gostei.
Sim, admito que me divirto com as produções que os americanos chamam de "chick flick", ou seja, filme de mulherzinha, as famosas comédias românticas estreladas por Drew Barrymore, Reese Witherspoon ou Meg Ryan.
Esta última, a propósito, faz o papel da encantadora Kathleen Kelly em outro sucesso do gênero: Mensagem para Você (You´ve got mail, 1998).
A dona da loja da esquina, fã do livro Orgulho e Preconceito, é criticada por Joe Fox, interpretado por Tom Hanks.
Ele supõe, com um certo sarcasmo, que ela deveria adorar o tal Mr. Darcy.
O que Joe Fox não imaginava era que Kathleen Kelly não é a única.
Uma pesquisa feita com 1.900 inglesas de várias idades antes do lançamento do filme Orgulho e Preconceito revelou que o personagem, criado por Jane Austen no século XIX, ainda desperta paixões.
O resultado foi publicado no jornal The Guardian, que pergunta “Why do we still fall for Mr Darcy?” (Por que ainda temos uma queda pelo Mr. Darcy ?)
O certo é que muitas mulheres não recusariam um convite para uma noitada com o carismático cavalheiro.
Até mesmo as indianas foram cativadas e têm seu próprio Mr. Darcy na versão bollywoodiana Bride and Prejudice (2004).
Ele já apareceu em várias outras adaptações para a TV e o cinema.
Uma das mais lembradas é a série da BBC de 1995, que consagrou o ator Colin Firth.
Mark Darcy, interpretado por Firth no filme O Diário de Bridget Jones (Bridget Jones' Diary, 2001), não tem esse sobrenome por acaso.
A autora e roteirista Helen Fielding imaginou o homem perfeito pensando nele.
Especula-se que a própria Austen teria criado Darcy suspirando por Tom Lefroy, um jovem irlandês por quem era apaixonada.
Por causa de convenções sociais da época, ela não pôde se casar com ele.
Segundo dizem, ela deu um final feliz ao romance frustrado e o transformou na obra literária favorita dos britânicos.
Essa história é contada em Becoming Jane (2007), uma cinebiografia da escritora que deve, em breve, figurar na extensa lista dos meus filmes favoritos.
Enquanto isso não acontece, continuo admirando o olhar de Mr. Darcy no rosto de Macfadyen que, de vez em quando, aparece na proteção de tela do meu computador.

Guerra & Glamour
























Foi a capa da Vogue Itália de setembro e causou polêmica.
Mas só hoje parei pra ver com calma o editorial de Steven Meisel.
Gosto dele.
Mas detestei a idéia.
O editorial é de primeira linha com as top brasileiras Carol Trentini e Raquel Zimmerman.
Mas assim como não gostei da campanha da Diesel sobre aquecimento global, também rejeito a guerra fashion.
Na Diesel o que me incomoda é a apatia dos fashionistas.
Algo como caminhar pelos campos de refugiados com ar de 'who cares'.
Nas fotos de Steven Meisel o que me incomoda é a glamurização da estética da guerra.
Não acho graça.
Thumbs down.

Meus Amigos MacMaluquinhos V - Fe

City Of Men

City of Men - o nosso Cidade dos Homens - estréia nos cinemas americanos em 18 de janeiro de 2008.
No site da Apple, já dá pra ver o trailler.
É de graça, basta ter o Quick Time 7.
Vale a pena.
Sou fã de Cidade de Deus e todos seus spin-offs.
Li o livro de Paulo Lins em 1995.
E gostei muito.
Fiquei inclusive meio furiosa quando soube que anos depois, após o sucesso do filme, ele lançou uma versão menor, editada, mais palatável em tamanho do que o original, do qual, após mais de uma década não lembro direito, mas, se não me engano, eram pra lá de 400 páginas.
Quando veio o filme, também fiquei fã.
De tudo.
Da famosa cena de abertura da fuga da galinha.
De Fernando Meirelles.
E, principalmente, de Daniel Rezende, o montador.
Pra mim, o melhor montador que o cinema brasileiro já teve.
Espero que venham muitos outros 'Daniéis' por aí.
E acredito que virão sim.
O cinema brasileiro vive uma safra ótima.
Estou louca pra ver a montagem de 'Blindness'.
Sou fã do talento de Meirelles e Daniel.
Ainda sobre o filme Cidade de Deus, lembro que gostei muito da trilha sonora.
E nunca esqueço do que me disse uma vez o Jabor.
Até então - não sei se ele mudou de opinião - pra ele, a cena do baile funk de Cidade de Deus era a cena mais bem filmada que ele já tinha visto no cinema brasileiro.
Quando veio o spin-off de Cidade dos Homens, não assisti na tv.
Acho que já começava ali minha transformação em usuária VOD [video on demand].
Tanto é que assim que saiu, comprei a série em DVD.
Amei.
Só vi as duas primeiras temporadas.
Mas gostei muito.
Fiquei fã de Paulo Morelli e do seu jeito de dirigir.
Também me surpreendi com Regina Casé.
Não esperava, mas meu episódio favorito da série é o das férias na praia, dirigido por ela.
Acho que ninguém conseguiu capturar tão bem na tela a alma carioca da praia quanto a turma de Cidade dos Homens ali.
Quando veio o filme não vi.
Quero ver em DVD.
Mas vou torcer muito por ele.
Estou curiosa pra ver a reação, sobretudo, dos americanos.
No festival de Londres o filme recebeu críticas positivas.
A Variety escreveu algo muito interessante.
Diz que o filme não tem o apelo de Cidade de Deus mas oferece um resultado 'emocionalmente mais maduro'.
Acho que é isso.
O cinema brasileiro está se tornando mais maduro.
Dá orgulho ver o trailler em inglês.
Tem 1'17".
Achei super bem editado.
Dói ver em inglês o Rio das balas traçantes.
Mas é preciso ser maduro.
Pra assistir.
E pra refletir.

Happy 30's !


Ele, Owen Wilson, faz 39.
Ela, Chloe Sevigny, faz 33.

sábado, 17 de novembro de 2007

O Leblon, Os Quilombos E As Camelias Subversivas

Terça-feira é dia de celebrar a Memória de Zumbi dos Palmares.
E através do historiador Eduardo Silva descubro o quilombo que existiu na Zona Sul do Rio.
Pois não é que o Alto Leblon já teve um dia seu quilombo ?
Antes de tudo é preciso deixar bem claro.
O Quilombo das Camélias, assim se chamava, não foi um quilombo heróico, guerreiro, como o mocambo de Zumbi, de Acotirene, de Dambrabaga, de Aqultume (da mãe de Zumbi), e de toda a confederação chamada de Palmares.
Lendo Eduardo Silva aprendi que existiram duas levas de quilombos.
A primeira é chamada pelos historiadores de quilombo rompimento.
Nestes, os quilombolas preservavam o esconderijo, o segredo de guerra, protegiam suas lideranças de todo tipo de inimigo ou forasteiro.
Mas, depois, vieram os quilombos abolicionistas.
Nesses as lideranças eram conhecidas, cidadãos bem articulados politicamente, gente que fazia intermediação entre os fugitivos e a sociedade.
O Quilombo do Alto Leblon foi assim.

* Outros Quilombos
Muitos paulistanos, legítimos ou importados como eu, não sabem.
Mas Jabaquara já foi um quilombo abolicionista.
Aliás, uma das maiores colônias de fugitivos da história.
O Quilombo do Jabaquara se organizou em torno da casa de campo de um abolicionista.
Os quilombolas erguiam seus barracos com o dinheiro recolhido entre pessoas de bem e comerciantes de Santos.
A população local, inclusive as senhoras de bom nome, protegiam o quilombo das investidas policiais.
E assim como as socialites que hoje em dia se vangloriam de suas ações sociais, as senhoras da época também consideravam um padrão de glória ajudar escravos.
Quintino de Lacerda, o chefe do quilombo, morreu rico, deixou bens, móveis e imóveis para os herdeiros, incluindo um tesouro em jóias de ouro e moedas de prata.
Não foi um general indomável como Zumbi.
Teria sido um administrador, articulador, líder populista, uma espécie de intermediário entre o quilombo e a sociedade ao redor.

Já o quilombo do Leblon, seu idealizador, ou chefe, foi um português.
José de Seixas Magalhães.
Segundo Eduardo, Seixas era um homem de idéias avançadas.
Fabricava e vendia malas e sacos de viagem na Rua Gonçalves Dias, no centro do Rio.
Uma espécie de Monsieur Louis Vuitton da época.
Suas malas eram feitas com os mais modernos recursos tecnológicos de então, as máqinas a vapor.
Eram reconhecidas internacionalmente e chegaram a ganhar prêmio na Exposição de Viena.
A história do quilombo começa com ele porque além da fábrica a vapor, o português Seixas também tinha uma chácara no Leblon.
Lá cultivava flores com ajuda de escravos fugidos.
Seixas ajudava os fugitivos e os escondia na chácara.
Tudo com ajuda dos principais abolicionistas da capital do Império,
A chácara de flores, que também podia ser chamada de 'a floricultura do Seixas', era conhecida mais ou menos abertamente como o quilombo Leblond.
Ou quilombo Le Bloon.
Sendo o Leblon então um remoto e, nas divertidas palavras do historiador, ortograficamente ainda incerto subúrbio à beira-mar.
E era lá que Seixas cultivava suas famosas camélias, símbolo do movimento abolicionista.

* As Camélias
Assim como ainda hoje, as camélias não eram uma flor comum, natural da terra e que se encontravam soltas na natureza.
Era uma flor estrangeira, cheia de não-me-toques com o sol.
Precisava de know-how, ambiente, mão-de-obra, técnica de cultivo e cuidados especiais.
Daí termos associado as camélias ao símbolo de refinamento, sofisticação.
Além da cumplicidade dos abolicionistas cariocas, Seixas contava com a proteção da própria Princesa Isabel.
É que era ele quem fornecia camélias ao Palácio das Laranjeiras, então residência da Princesa, hoje sede do governo do Estado por onde já passaram até Garotinho e Rosinha, ó céus !
Mas, voltando à história, as camélias do Leblon enfeitavam não só a mesa de trabalho de Dona Isabel, como ainda sua capela particular, onde a Princesa se apegava a Deus e fazia suas orações.

* As Batucadas
Eduardo nos presta um favor histórico ao lembrar que tudo isso pode parecer muito bacana e tal, mas que a simples existência de um quilombo assim tão atuante e tão simbólico não podia deixar de ser um escândalo público permanente.
Perpetrado nas barbas da polícia, afirma ele.
O quilombo do Leblon era um ícone do movimento abolicionista.
Base simbólica e trunfo político.
E ninguém parecia muito interessado em dissimular ou esconder a existência do quilombo.
Nem o Seixas nem os amigos pró-fim da Escravatura.
Esses, então, promoviam lá ótimas festas de confraternização.
Batucadas animadíssimas, observa Silva.
Como uma que ficou famosa.
A de 13 de março de 1886.
Aniversário do Seixas.
A turma abolicionista passou a noite toda na farra do Leblon e só lembrou de voltar altas horas da madrugada.
Como em todo fim de festa da qual ninguém quer ir embora, lá foram eles em animada cantoria pelo caminho.
Os quilombolas na maior folga do mundo tocando suas violas.
[Eduardo Silva escreve tão divertidamente que eu até consigo imaginar a cena.]
E os abolicionistas aos gritos sediciosos de “Vivam os escravos fugidos!”
Isso durante todo o percurso a pé.
Do quilombo até chegar ao Largo das Três Vendas, na Gávea, onde ficava o ponto final do bondinho puxado a burro que os levaria de volta à civilização.
Pois bem.
Quando o chefe de polícia, desembargador Coelho Bastos, o famoso “rapa-coco”, quis agir e pôr fim à cantoria abolicionista que se fazia na Gávea, no ponto final dos bondes, Seixas foi protegido pela própria Princesa Isabel e, por trás dela, pelo Imperador do Brasil, que, segundo consta, pediu ao Barão de Cotegipe que encerrasse o caso sem maiores formalidades ou investigações.

* O Quilombo Da Princesa
Segundo Eduardo Silva, a Princesa Isabel também protegia fugitivos em Petrópolis.
O testemunho é do abolicionista negro André Rebouças, que tudo registrava em uma caderneta implacável.
É por isso que hoje se sabe, com dados precisos, que no dia 4 de maio de 1888, “almoçaram no Palácio Imperial 14 africanos fugidos das Fazendas circunvizinhas de Petrópolis”.
E mais: todo o esquema de promoção de fugas e alojamento de escravos foi montado pela própria Princesa Isabel.
Petrópolis era mesmo uma cidade abolicionista.
O proprietário do Hotel Bragança chegou a esconder 30 fugitivos em sua fazenda nos arredores da cidade.
O advogado Marcos Fioravanti era uma espécie de coordenador geral das fugas.
Não faltava ao esquema nem mesmo o apoio de importantes damas da corte, como Madame Avelar e Cecília, condessa da Estrela, companheiras fiéis de Isabel e também abolicionistas da gema.
Às vésperas da Abolição final, conforme anotou Rebouças, já subiam a mais de mil os fugitivos “acolhidos” e “hospedados” sob os auspícios de Dona Isabel.
André Rebouças, intelectual de prestígio na época, era quem fazia a ponte entre o esquema de fugas montado pela Princesa, em Petrópolis, e o alto comando do movimento abolicionista no Rio de Janeiro, a turma do Joaquim Nabuco e do José Carlos do Patrocínio.

* As Camelias e Os Crisântemos
E assim lá continuava a Princesa a receber calmamente seus ramalhetes de camélias subversivas.
Assim como no filme de Zhang Yimou, A Maldição dos Crisântemos, do qual já falei aqui no Migrante, as camélias se tornaram um símbolo político.
Ainda mais se fossem as legítimas 'camélias do Leblon' ou 'camélias da Abolição'.
De vez em quando a Princesa ousava aparecer em público com uma dessas flores do Leblon no vestido.
Os jornais, claro, reparavam.
O simbolismo entrou para a história.
Até na hora da assinatura da Lei Áurea, o presidente da Confederação Abolicionista, João Clapp, se aproximou da Princesa e lhe entregou solenemente um mimoso buquê de camélias artificiais.
O imigrante Seixas não fez por menos.
Em seguida a João Clapp, o honrado fabricante de malas passou às mãos da Princesa outro belíssimo buquê de camélias.
Desta vez, contudo, camélias naturais, vindas diretamente do quilombo do Leblon.

Assim como os crisântemos chineses de Zhang Yimou, as camélias foram usadas como uma espécie de código através do qual os abolicionistas em ações mais perigosas, ou ilegais, como apoiar fugas e arranjar esconderijo para fugitivos, podiam ser identificados.
Um escravo de São Paulo, por exemplo, que fosse parar no Rio de Janeiro, podia identificar imediatamente seus possíveis aliados, já na plataforma de desembarque da Estação D. Pedro II, simplesmente pelo uso de uma dessas flores ao peito, do lado do coração.
Caso o fugitivo ignorasse totalmente os princípios básicos dessa semiótica, dificilmente poderia contar com a proteção da poderosa Confederação Abolicionista, fundada em 1883.
Naquele tempo, usar uma camélia na lapela, ou cultivá-la acintosamente no jardim de casa, era quase uma confissão de fé abolicionista.
Alguns pés remanescentes desse tempo simbólico ainda podem ser encontrados em velhos jardins da cidade do Rio de Janeiro.
São documentos vivos da história do Brasil.

O livro de Eduardo Silva, pesquisador da Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio, foi lançado em 2003, pela Companhia das Letras.
Quem quiser ler na íntegra o artigo de onde retirei as informações acima pode acessar aqui.

E só pra terminar, lendo Eduardo Silva descobri que na Casa de Rui Barbosa (ferrenho abolicionista) ainda hoje existem três pés de camélias.
Dois no jardim da frente.
E um embaixo da janela do quarto de dormir de Rui.