por Dayse Espindola
Natal ?
Não aqui.
Em Xintiandi, uma área muito conhecida para quem vive em Shanghai, há uma grande árvore de Natal.
Nos restaurantes ocidentais uma ou outra decoração.
Entre os chineses nenhum sentimento especial pela data.
Nas universidades, aula normal, inclusive dia 25.
Mas será que os chineses não sabem quem foi este tal de Jesus Cristo que marcou o calendário do Ocidente ?
Sim, muitos já ouviram falar.
Outros não.
Digamos que o Estado Comunista e a Igreja não são grandes amigos.
O Papa definitivamente não é autoridade máxima aqui.
E os dogmas da Igreja estão longe de gerar polêmica.
Num país com tanta gente e uma política de natalidade tão forte, imagine o que aconteceria se o uso de anticoncepcional fosse condenado pelas autoridades eclesiásticas locais.
Há igrejas internacionais na China e todos os estrangeiros estão autorizados a frequentá-las.
Também há cultos chineses.
Mas locais e visitantes não podem orar no mesmo templo.
Primeiro o culto dos chineses, depois, separadamente, o culto ocidental.
Visitei uma dessas igrejas conhecidas como "igreja oficial".
Somente estrangeiros.
Na entrada, algumas pessoas, principalmente as de traços asiáticos, têm de mostrar o passaporte para entrar.
O culto é normal, com cânticos, leituras bíblicas, ceia.
No Natal, a comemoração se restringe a uma festa internacional.
Nao é para menos.
No grande dia, 25 de dezembro, um jantar em qualquer restaurante internacional, que antes saía por 100 yuans (25 reais), na data não sai por menos do que 600 (150 reais).
E isso se a reserva for feita com pelo menos um mês de antecedência.
Por esse preço, imagine quantos chineses podem comemorar ?
A quantia é o que alguns recebem em um mês de trabalho.
Ou seja, o Natal é lindo, mas, definitivamente, não é uma festa chinesa.
domingo, 23 de dezembro de 2007
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