segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Balada em Shanghai


Por Dayse Espíndola

JOGUEM OS DADOS !!!

Luzes verdes, teto brilhante e espelhos por toda parte.
Sair à noite na China, com certeza, é um dos programas mais divertidos que existe.
No mínimo, você vai rir muito com as diferenças culturais.
Ou com um joguinho de dados mesmo, que tem em toda boate.
Aqui não faltam lugares feitos especialmente para os estrangeiros.
Bares de reggae a la Bob Marley, discos americanas, italianas etc.
Mas nada que se compare a uma noite 100% chinesa !

No sexto andar de um prédio alto, bonito e com um painel brilhante enorme, a porta se abre e você se vê em zilhões de pedacinhos de espelho.
$ 50 yuans para entrar (R$17).
Parece barato, mas não para os chineses.
O lugar é mesmo para a nova elite.
As meninas, de óculos de sol e roupas completamente ocidentais.
Quatro djs, palco e uma discoteca de 3 andares.
Muitas frutas para todos (o que não falta aqui) e uma cestinha com balinhas e pirulito em todas as mesinhas !
No cardápio, bebidas de todos os tipos.
A cerveja chinesa é bem fraquinha, 4% de álcool.
A sensação é a de que tem água dentro.
Não encontrei nenhuma caipirinha ...

Lá pelas tantas, eu e uma amiga italiana decidimos subir para área vip.
Não sei quanto pagava ou se era só para convidados.
Mas entramos e o segurança não falou nada.
Nas mesas, dados e copos.
No meu mandarim ainda de iniciante, não conseguia entender o que eles falavam.
Até que fomos convidadas para brincar.
"Joguem os dados, joguem os dados !!!"
"Xie xie!, Xie xie!" (obrigada)
Não teve jeito.
Jogamos.
Depois, escondemos os números com um copo preto.
Então, a pessoa ao lado diz: "Tem dois dados com o mesmo número (ou 3 ou 4, ou 5 ou 6 ... enfim, dá o palpite).
Se ela acertar, tenho que virar um copo de bebida.
Se ela errar, ela é quem tem que beber.
Todas as mesas têm os tais dadinhos, que são um sucesso aqui !

Depois de umas duas rodadas, eu e Fabiola (a italiana) resolvemos descer e vemos, então, um show no palco.
Uma chinesa vestida de noiva (nada puritana, mas nada vulgar) e dois chineses amarrados à ela.
O que parece ter a idéia de transgressão, fica tão grotesco que não sabemos se é de rir ou de chorar.

No fim, depois de muita música eletrônica, um som muito bom e uma noite divertidíssima, uma passadinha pelo banheiro.
A boate de elite chinesa mostra bem a cara do país, que se divide entre o velho e o novo.
O chão imundo, digno de qualquer rodoviária de meio de estrada, com portas espelhadas e bacanérrimas.
Contrastes da nova China ...

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