terça-feira, 18 de setembro de 2007

Libertas Quae Sera Tamen

Enquanto no Brasil somos reféns de hotéis que cobram 150 reais por acesso wi-fi, vem do The New York Times a notícia do dia no webworld.
A partir da meia-noite de hoje, terça, o NYT deixará de cobrar o acesso à boa parte do seu site.
A data é significativa.
Há exatos dois anos o Times inaugurava sua assinatura digital, o TimesSelect, na qual se pagava $49.95 por ano, ou $7.95 por mês para se ler os colunistas e os arquivos.
Mas, hoje em dia, no mudo digital, dois anos podem representar vinte.
E o jornal sabe disso.
A medida, claro, não é filantrópica.
É estratégica.
O programa de assinatura até que andava direitinho, fazendo 10 milhões de dólares por ano, com 227 mil assinantes, num total de 787 mil.
Mas as projeções de crescimento da base eram pequenas comparadas ao crescimento da publicidade online.
O pulo do gato.
O site do NYT é o site de jornal mais lido do mundo.
Ninguém bate seus 13 milhões de unique visitors por mês.
Com acesso livre aos colunistas e arquivos, este número ainda vai aumentar.
Quem pagou antecipado vai ser reembolsado de alguma maneira, claro, porque afinal é a América, e todo mundo aprendeu com o tropeço recente do Steve Jobs.
E tem mais.
O fantástico arquivo do jornal de 1851 a 1922 - que já é de domínio público - também será liberado.
Ainda vai haver cobrança sobre algum material no período de 1923 a 1986 mas alguns serão gratuitos.
Espero que nossos webgeniuses por aqui no Brasil entendam o que a medida do NYT representa.
Vale a pena ler toda a matéria sobre o anúncio, publicada hoje.

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