Lar Doce Lar

Finalmente em casa.
Mas por poucas horas.
À noite embarco de Congonhas para o Santos Dumont.
O vôo do JFK - que era pra chegar às 8h em Guarulhos - só chegou ao meio-dia.
E, verdade seja dita, desta vez a culpa não foi do descontrole do espaço aéreo no Brasil.
O avião da Delta quebrou mesmo.
Por isso só embarcamos meia-noite.
Com ar condicionado ainda sendo consertado.
Só soubemos disso dentro do avião.
A Delta deu água, coca-cola e botou um funcionário pra ficar pedindo desculpas a toda hora.
A brasileirada - já acostumada a passar perrengue nos aeroportos - estava até cool.
Ninguém xingava ninguém.
Alguns dormiam, outros, como eu, ficaram na internet.
Não sei se alguém reparou mas bloguei uns 10 posts.
Ouvi Sinatra até dizer chega.
Eu não me irrito nunca com os controladores.
Só esculhambo com o governo e com as companhias aéreas.
Aliás, que fique bem claro, eu defendo os controladores de vôo.
Apóio as operações-tartaruga e apóio também quando eles param porque os equipamentos estão falhando.
Não me sinto nem um pouco confortável ao imaginar que o cara que está controlando meu vôo tem outros 14 pra acompanhar ao mesmo tempo.
Que os equipamentos têm manutenção ruim.
E que um controlador não pode vacilar um mísero segundo.
São profissionais que trabalham sob permanente estresse.
Ganham mal.
Os salários são aviltantes pra quem tem tamanha responsabilidade sobre a vida alheia.
A maioria tem que ter um segundo emprego pra ter alguma dignidade.
Por isso, em caso de espera porque só tem uma pessoa pra controlar 10 vôos, relaxo e blogo.