terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Flashes Do Campus

De tudo um pouco.
E à meia-noite a banda realmente se fez larga.
No palco, José Serra, Sir Tim Berners-Lee, Gilberto Kassab, os organizadores, e uns políticos.
Contagem regressiva.
Dez, nove, oito, sete, seis, cinco, quatro, três, dois, um ...
Voilá.
10G.
Foi aberto o Campus Party 2009.

* Na chegada enquanto eu ainda procurava credencial na bolsa, vi todos os flashes voltados para mim.
Hãã?
É que eu sem querer tinha parado ao lado de Sir Tim Berners-Lee.
Dois posts abaixo explicam o que se passou em uns, ahn, 20 segundos de conversa.

*Lá pelas tantas chega o prefeito.
O cerimonial convida Sir Tim Berners-Lee a ir lá fora cumprimentar Kassab.
Ele, Sir que é, imediatamente se coloca à disposição.
Chega o prefeito.
Sai do carro.
E mal cumprimenta Sir Tim.
Ajeita a camisa dentro da calça enquanto alguém faz a apresentação.
E é tudo.
O prefeito não não dá a mínima para o Cavaleiro da Rainha.
Ficam todos um tempão parados lá fora.
Sir Tim, escanteado, no meio dos assessores políticos do prefeito, fica ali com cara de paisagem.
Constrangimento.
Não é possível, penso eu.
Que falta de consideração com o pai da Internet.
Vergonha alheia.
Será que Kassab não sabe quem ele é?
Sabe.
É que o prefeito não fala inglês.
Cai o pano.

* Trinta minutos depois continuam todos em pé lá fora.
O prefeito e sua entourage de um lado.
Sir Tim - provavelmente sem entender bulhufas o que diabo fazia ali já que ninguém falava mesmo com ele - e alguns assessores de outro.
Esperam o governador Serra.
Que quando desce do carro já é cercado pelos fotógrafos.
Havia anunciado Geraldo Alckmin Secretário de Desenvolvimento.
Era a notícia do dia.
Serra cumprimenta Sir Tim com mais atenção.
Trocam meia dúzia de palavras e aguardam.
Junto com os devidos assessores sairiam dali para o palco para a contagem regressiva de abertura do evento.

* No palco, sobem todos menos Sir Tim.
Político quando vê palanque já sabe, né?
Esquecem do Cavaleiro.
Começam os discursos.
E as vaias.
Marcelo Branco, organizador, aponta para a molecada campuseira e diz.
'Vocês são atores vivos da internet brasileira'.
Escapa por um triz do 'boo' porque lembra à galerinha que o Brasil detém o segundo lugar mundial em participação em redes sociais.
E um dos pais da internet ali, plantado, ao lado do palco, esquecido por todo mundo.
O secretário de projetos culturais do MinC chega até a Palestina.
Pede aos campuseiros para usarem a banda de 10G para mandar mensagens de solidariedade ao povo de Gaza.
Só não levou 'boo' porque começou pedindo um viva para o Pinguim Linux e o software livre brasileiro.
E nada de Sir Tim.
Até que um assessor de Kassab, antenado, leva o Cavaleiro ao palco.
Ufa, penso eu.
Achei que iam esquecer o Senhor WWW.
Gilberto Kassab não teve jeito.
Levou 'boo' da molecada.
Mesmo tendo dado parabéns aos campuseiros.
José Serra só levou menos 'boo' porque jogou bem para a platéia.
Se disse surpreso com o tamanho do Campus Party, alegando que o evento tinha se tornado a Fórmula Um dos encontros da internet.
Aí foi aplaudido.
Também ganhou pontos quando disse que a internet não é uma rede de computadores, é uma rede de pessoas.
Os blogueiros ficaram com os olhinhos brilhando.
E lá foi Serra desfilando a tecnologia estadual.
Lembrou que no município já são mais de 300 telecentros.
Em todo o estado há 500 pontos de acesso à internet gratuitos.
Lembrou que, em breve, os cinco milhões de alunos da rede estadual terão seus e-mails próprios.
E assim foi escapando das vaias.
Conquistou o direito de não ser constrangido quando disse que só descobriu a internet tarde, em 2003.
Mas que daí para cá tinha se tornado 'viciado'.
Rá.
Foi falar em viciado que aí conquistou aplausos.
Que campuseiro já não ouviu pai, mãe, tia, namorada, amigo, alguém dizer que 'é viciado demais em internet'?
Pois é.
Nessa hora a molecada aplaudiu o governador.

* E, finalmente, Serra chamou Sir Tim.
Que, animado com a presença da galera, perguntou quem ali falava português.
E quem falava um pouco de inglês?
Umas poucas mãos para cá, outras poucas para lá.
Quando perguntou quem sabia escrever em Java e outros programas, aí a galera entendeu.
Ele queria provar que apesar das diferenças de línguas, na internet todo mundo fala a mesma.
Não ficou redonda a piada.
Mas ninguém ligou muito.
O que todo mundo queria mesmo era que a internet começasse logo a funcionar.
Muita gente estava ali desde o meio-dia.
Barraca montada, computador tinindo e cadê os 10G prometidos?
Pois eles vieram.
Três, dois, um ...!
Festa.

Nenhum comentário: