Entram em vigor hoje as novas regras de ortografia da Língua Portuguesa.
Lascou-se.
Vai ser difícil se acostumar.
Mas não é por isso que a gente vai desistir.
No começo sei que este Migrante vai pisar muito na bola.
Aliás, já pisa.
Tem dia em que passa cada afronta de deixar o Prof. Pasquale deprimido.
Mas vamos lá.
Micro-ondas, por exemplo, a partir de hoje tem hífen!
Paraquedas não.
Feiura e ideia não têm mais acento.
Está declarado morto o trema.
Portanto agora é.
Linguiça e tranquilo.
Se no ofício nosso de todo dia esquecermos algo, até 2012 há perdão.
É o prazo que o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em 1990, nos dá.
O Brasil é o primeiro dos países da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - a adotar a reforma.
Mezzo pole-position, mezzo-cobaia.
Mas vamos lá.
Alguém se deu ao trabalho de contar.
E viu que a reforma atinge 0,5% das nossas palavras.
País que escreve o português de Portugal terá mais trabalho.
1,6% das palavras serão escritas de maneira diferente.
A saber.
Os países da CPLP assinantes do acordo são Brasil, Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor-Leste.
Eu, que maltrato o português, me esforço no miopês, no leet e no miguxês, vou penar.
Vejamos a complexidade das regritchas.
Em palavras paroxítonas, o acento agudo desaparece dos ditongos abertos, "ei" e "oi".
Assim como nos "i" e "u" precedidos de ditongos.
Entendeu?
Afe!
Melhor decorar, não?
Porque sendo assim androide não tem mais acento.
Nem factoide.
Nem heroico.
Muito menos paranoico.
Atenção também com palavras com a mesma grafia.
Ninguém tem mais acento.
Para preposição e para verbo, por exemplo, são a partir de hoje as mesmas pessoas.
Assim como pelo.
De cachorro ou não, não tem mais circunflexo.
Meu polo norte querido - seja o daqui ou o de Marte - também não tem mais acento.
Mas vamos ao lado bom.
Nossa reforma não é só exclusão.
Há inclusão também.
"K", "W" e "Y" passam a ser gente.
Nosso alfabeto agora conta oficialmente com elas.
Temos, então, desde a meia-noite de hoje, 26 letras.
Palavras que tinham hífen e que o segundo elemento começava com "s" ou "r" não têm mais.
Dobra-se o "r" ou o "s".
Tipo.
Contra-regra agora é contrarregra.
Nasce o antissemita [xi, melhor não mexer com isso justamente agora].
Mas quando o primeiro elemento começar com "r", aí, tudo bem, enfiamos o hífen.
Nasce a super-revista.
Foi enterrado hoje também o circunflexo usado em palavras terminadas em hiato.
Duro vai ser lembrar.
O que é o tal do hiato mesmo?
Só sei que agora é assim.
Voo, enjoo, veem e leem.
É.
Lascou-se mesmo.
E eu vou logo avisando.
A partir de 1o de janeiro de 2009 este blog vai misturar tudo.
Novo português com miopês e tiopês.
Tudo bem, gemza?
Lecaus?
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
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