sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Rio de Janeiro - O Calibre

Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo
Sem saber o calibre do perigo
Eu não sei d'aonde vem o tiro

Por que caminhos você vai e volta?
Aonde você nunca vai?
Em que esquinas você nunca pára?
A que horas você nunca sai?

Há quanto tempo você sente medo?
Quantos amigos você já perdeu?
Entrincheirado, vivendo em segredo
E ainda diz que não é problema seu

E a vida já não é mais vida
No caos ninguém é cidadão
As promessas foram esquecidas
Não há estado, não há mais nação

Perdido em números de guerra
Rezando por dias de paz
Não vê que a sua vida aqui se encerra
Com uma nota curta nos jornais

Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo
Sem saber o calibre do perigo
Eu não sei d'aonde vem o tiro


Herbert Vianna

4 comentários:

Ana Beatriz Camargo disse...

Intertextualiando gritando agora: o título do último post do Declarando foi "Eu não sei de onde vem o tiro...".

Só não é mais legal em razão da situação que nos fez lembrar da música...

Bjs, Guta!

Ana Beatriz Camargo disse...

PS. to tentando entender até agora é seria "intertextualiando"...

Leia-se "intertextualidade".

Ana Beatriz Camargo disse...

O texto do Dória de terça também resume bem a situação, mas com aquele texto mais claro típico de jornalista bom como o Dória. Achei bacana -> http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/artigo.aspx?cp-documentid=26562074

Bjss

Ave disse...

Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo
Sem saber a pirueta do perigo
Eu não sei de onde vem o mergulho do ultraleve