Só acreditei porque li na Time.
Os argentinos que clicarem na versão local do Yahoo! em busca de informação sobre o ex-craque, atual treinador da seleção, Diego Maradona, vão ficar desapontados.
Tudo que eles verão é um comunicado dizendo que, devido a um pedido judicial, o Yahoo! se vê temporariamente obrigado a suspender todos os resultados relacionados a esta busca.
As exceções são apenas links para os grandes portais de notícias.
E o pior.
Maradona não é o único.
É apenas um entre 110 figuras públicas argentinas que entraram com ações impedindo o Yahoo! e o Google locais de apresentar links relacionados a seus nomes.
Um porta-voz do Google argentino considerou a ação completamente ilógica.
Segundo ele, seria a mesma coisa que processar uma banca pelo que aparece nos jornais que ela vende.
Ou obrigar o vendedor da banca a arrancar as páginas ofensivas dos jornais.
Do ponto de vista da empresa, as ações deveriam ser contra os website que publicam as informações.
Não contra o Google ou o Yahoo!.
O Google argentino recorreu e não vai filtrar nenhum link até que o recurso seja julgado.
As ações são fruto do trabalho de um advogado de Buenos Aires, Martin Leguizamon.
Além de Maradona, ele representa atores, modelos, atletas e juízes.
A primeira ação foi há dois anos.
Quando Maradona ouviu falar da história, procurou o advogado para que ele também o representasse.
Bem.
Sobre Maradona não vale a pena a gente perder tempo discutindo.
O que chama atenção é o caso dos juízes.
Entre os três que adotaram a mesma gracinha, está a juíza Maria Servini de Cubria.
A tal magistrada é polêmica e tem várias de suas decisões questionadas na blogosfera - e na mídia mainstream também.
O porta-voz do Google é claro.
A juíza é uma funcionária pública.
Onde fica a linha da liberdade de expressão?
Se sites não podem criticá-la, os jornais tradicionais também não poderão?
Vale ressaltar que toda esta discussão pode ser driblada.
A decisão judicial vale apenas para o Yahoo! Argentina.
Quem quiser ler sites que falem de Maradona e da juíza basta acessar o Yahoo! internacional, que não é atingido pela ação.
Outra dica, hermanos.
Digitem apenas 'Maradon' que já dá para acessar todos os sites que falam da criatura.
O Google Argentina diz que quer cooperar com a justiça local.
Mas questiona.
Do que adianta bloquear um ou dois portais se a informação continua disponível via outros mecanismos de busca na internet que não estão sendo acionados?
Já o advogado diz que os buscadores não discriminam links de material apropriado de links de sites pornográficos que usam imagens dos modelos que ele representa.
Maradona jura que viu imagens de si mesmo em sites pornôs linkados ao Google [cruz credo, nesse caso já não é pornográfico, é escatológico].
E é claro que o tal advogado não quer apenas proibir o acesso a estes sites.
Quer dinheiro de indenização moral.
Até mesmo pelas inocentes fotos de Maradona que surgem no Google Images.
Ele não fala a quantia mas especula-se que ele esteja pedindo de 30 a 120 mil dólares de indenização para seus clientes.
No caso de Maradona, deve ser mais dinheiro ainda.
O advogado insiste.
Google e Yahoo! têm que filtrar seus resultados já que, na opinião dele, sem esses buscadores ninguém saberia da existência desses sites.
Acho que o nobilíssimo defensor nunca recebeu um e-mail viral na vida.
domingo, 16 de novembro de 2008
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