Depois de bater em Cuba com ventos de 230km/h, Gustavo retrocedeu e voltou hoje de manhã à categoria 3.
Mas, em Nova Orleans, o clima continua de medo.
Ontem mesmo no fim do dia o prefeito deu a ordem oficial de evacuação a partir das 8 da manhã de domingo.
Assustou os 239 mil habitantes.
Disse que Gustavo é a tempestade do século, a mãe de todas as tormentas, e que sua extensão é de 900 milhas.
O Katrina tinha 400 milhas.
O prefeito está exagerando.
Mas se eu fosse ele, eu também exageraria.
Não dá para correr risco num lugar onde 2 mil pessoas morreram na passagem do Katrina.
O problema é que Gustavo pode voltar a ganhar força na passagem pelo Golfo do México.
Se continuar na trajetória em que está vai bater amanhã, segunda, na Louisiana.
Na Isla de la Juventud, em Cuba, 250 mil pessoas deixaram suas casas.
Quando voltaram encontraram as casas destruídas, postes no chão, inundações.
Nos EUA, 11,5 milhões de pessoas estão na rota do Gustavo.
domingo, 31 de agosto de 2008
sábado, 30 de agosto de 2008
A Fúria Do Gustavo
No momento a 281 km/h.
Já fez 10 mil cubanos deixarem a Isla Youth e irem pro continente.
Já fez 10 mil cubanos deixarem a Isla Youth e irem pro continente.
Obamania
38.4 milhões de pessoas nos Estados Unidos assitiram pela TV ao discurso de Barack Obama aceitando ser candidato à presidência.
A convenção democrata teve nada mais nada menos que a maior audiência de uma convenção em todos os tempos.
Para se ter uma idéia, mais gente assistiu ao Obama que à abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim.
Sério.
Mais do que à final de American Idol ou à entrega do Oscar esse ano.
Segundo a Nielsen, apenas quatro finais de futebol americano, incluindo o SuperBowl dos Giants X Patriots, foram vistas por mais de 40 milhões de pessoas e tiveram mais audiência que Obama.
Nenhuma convenção, em seus quatro dias, foi vista em mais lares desde que a Nielsen começou a medir a audiência em 1960, época da acirrada campanha de Kennedy x Nixon.
Como antes disso não havia aparelhos de TV nos EUA suficientes para bater o número de Obama, logo, Obama teve o discurso de aceitação mais visto pelos americanos em toda a história do país.
A convenção democrata teve nada mais nada menos que a maior audiência de uma convenção em todos os tempos.
Para se ter uma idéia, mais gente assistiu ao Obama que à abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim.
Sério.
Mais do que à final de American Idol ou à entrega do Oscar esse ano.
Segundo a Nielsen, apenas quatro finais de futebol americano, incluindo o SuperBowl dos Giants X Patriots, foram vistas por mais de 40 milhões de pessoas e tiveram mais audiência que Obama.
Nenhuma convenção, em seus quatro dias, foi vista em mais lares desde que a Nielsen começou a medir a audiência em 1960, época da acirrada campanha de Kennedy x Nixon.
Como antes disso não havia aparelhos de TV nos EUA suficientes para bater o número de Obama, logo, Obama teve o discurso de aceitação mais visto pelos americanos em toda a história do país.
Lições Do Katrina
Neste momento meteorologistas avisam que Gustavo, se não diminuir ou mudar de rumo, irá atingir a Louisiana na terça de manhã.
Em Nova Orleans, as matérias do NYT mostram que se o governo não tiver aprendido, os moradores, pelo menos, aprenderam algumas lições.
O processo de evacuação continua a todo vapor.
Se as coisas não mudarem, a ordem oficial será dada amanhã, às oito da manhã.
Mas o prefeito não se cansa de repetir.
Quem puder que vá para o Norte já.
E já tem gente indo.
Hotéis estão fechando.
Nas ruas ouvem-se as marteladas em janelas sendo reforçadas.
A Interstate 55, a principal rodovia que leva ao norte do estado, já tem tráfego pesado.
Os 17 pontos de coleta de pessoas sem carro estão cheios.
Os ônibus levam os moradores para o terminal ferroviário, no centro da cidade.
De lá eles serão levados em trens e ônibus para cidades mais ao norte, como Shreveport, Alexandria, Monroe e Memphis.
A maioria se lembra vividamente do pesadelo do Katrina.
Carregam malas estufadas, para não passarem o que passaram da outra vez quando tiveram que sair correndo.
A boa notícia é que hoje os ônibus começaram a chegar pontualmente, às oito da manhã.
Um contraste com o caos e a desorganização de três anos atrás quando o único plano foi entupir milhares de pessoas sem carro no Superdome, o estádio.
Os depoimentos coletados pelos três repórteres do NYT na cobertura dão o tom.
Roxanne Clayton, mãe de uma menina de 10 anos, é categórica.
Chegou na fila do ônibus cedo.
Diz que se recusa a passar por aquilo novamente.
No Katrina, Roxanne ficou dois dias acuada no sótão de casa.
Agora diz que prefere se sentir segura do que arrependida.
Porque sabe o que significa se arrepender numa situação dessa.
Um vizinho da Louisiana Avenue, rua mais chique do bairro, levou donuts para quem estava na fila do ônibus.
Um desempregado resumiu o sentimento de todos.
Não vale a pena tentar ficar.
Para quem tem carro, o primeiro obstáculo é abastecer o tanque.
Os postos de gasolina estão lotados.
Assim como as oficinas, onde se consertam e trocam pneus furados.
Nas estradas, já há planos de transformar as pistas em contra-mão em vias extras, principalmente para que quem more mais ao Sul possa partir antes.
Na região de St. Bernard Parish, a ordem é sair agora, a partir das quatro da tarde.
O lugar foi um dos mais atingidos pelo Katrina.
E muitos dos seus moradores jamais retornaram.
Hospitais e asilos estão mandando os internados para o norte desde ontem à noite.
14 mil pessoas já se registraram no programa de evacuação.
150 ônibus já estão em circulação e 300 ônibus escolares serão usados agora à tarde.
A hotline da prefeitura já recebeu mais de 17 mil chamados.
Por incrível que pareça, disse o prefeito numa coletiva, há gente que, traumatizada pelo Katrina, se recuse a sair de casa.
Uma espécie de apatia causada pela fé de que uma desgraça de tal tamanho não se repetirá no mesmo lugar.
Mas estes são minoria.
Uma mulher que, no Katrina, ficou cinco dias numa ponte na estrada, hoje não perdeu tempo.
Foi para a fila do ônibus.
Também há uns turistas que insistem em ficar.
Vão embora.
Foi o que disse o prefeito neste sábado.
Em Nova Orleans, as matérias do NYT mostram que se o governo não tiver aprendido, os moradores, pelo menos, aprenderam algumas lições.
O processo de evacuação continua a todo vapor.
Se as coisas não mudarem, a ordem oficial será dada amanhã, às oito da manhã.
Mas o prefeito não se cansa de repetir.
Quem puder que vá para o Norte já.
E já tem gente indo.
Hotéis estão fechando.
Nas ruas ouvem-se as marteladas em janelas sendo reforçadas.
A Interstate 55, a principal rodovia que leva ao norte do estado, já tem tráfego pesado.
Os 17 pontos de coleta de pessoas sem carro estão cheios.
Os ônibus levam os moradores para o terminal ferroviário, no centro da cidade.
De lá eles serão levados em trens e ônibus para cidades mais ao norte, como Shreveport, Alexandria, Monroe e Memphis.
A maioria se lembra vividamente do pesadelo do Katrina.
Carregam malas estufadas, para não passarem o que passaram da outra vez quando tiveram que sair correndo.
A boa notícia é que hoje os ônibus começaram a chegar pontualmente, às oito da manhã.
Um contraste com o caos e a desorganização de três anos atrás quando o único plano foi entupir milhares de pessoas sem carro no Superdome, o estádio.
Os depoimentos coletados pelos três repórteres do NYT na cobertura dão o tom.
Roxanne Clayton, mãe de uma menina de 10 anos, é categórica.
Chegou na fila do ônibus cedo.
Diz que se recusa a passar por aquilo novamente.
No Katrina, Roxanne ficou dois dias acuada no sótão de casa.
Agora diz que prefere se sentir segura do que arrependida.
Porque sabe o que significa se arrepender numa situação dessa.
Um vizinho da Louisiana Avenue, rua mais chique do bairro, levou donuts para quem estava na fila do ônibus.
Um desempregado resumiu o sentimento de todos.
Não vale a pena tentar ficar.
Para quem tem carro, o primeiro obstáculo é abastecer o tanque.
Os postos de gasolina estão lotados.
Assim como as oficinas, onde se consertam e trocam pneus furados.
Nas estradas, já há planos de transformar as pistas em contra-mão em vias extras, principalmente para que quem more mais ao Sul possa partir antes.
Na região de St. Bernard Parish, a ordem é sair agora, a partir das quatro da tarde.
O lugar foi um dos mais atingidos pelo Katrina.
E muitos dos seus moradores jamais retornaram.
Hospitais e asilos estão mandando os internados para o norte desde ontem à noite.
14 mil pessoas já se registraram no programa de evacuação.
150 ônibus já estão em circulação e 300 ônibus escolares serão usados agora à tarde.
A hotline da prefeitura já recebeu mais de 17 mil chamados.
Por incrível que pareça, disse o prefeito numa coletiva, há gente que, traumatizada pelo Katrina, se recuse a sair de casa.
Uma espécie de apatia causada pela fé de que uma desgraça de tal tamanho não se repetirá no mesmo lugar.
Mas estes são minoria.
Uma mulher que, no Katrina, ficou cinco dias numa ponte na estrada, hoje não perdeu tempo.
Foi para a fila do ônibus.
Também há uns turistas que insistem em ficar.
Vão embora.
Foi o que disse o prefeito neste sábado.
Me, Myself & Os Terremotos
Sim.
Assim como tenho histórias de furacões para contar, também tenho história de terremotos.
É.
Isso é que dá viajar tanto.
Morei seis meses no México.
E consegui enfrentar por lá, no curto espaço de uma semana, dois terremotos.
Bem, pra ser sincera, um deles, no fim das contas, foi registrado apenas como leve tremor de terra.
E o outro, graças aos deuses, não matou ninguém, fez poucos feridos, e entrou para a história como um terremoto de baixa intensidade.
Mas fato é que por duas vezes, na mesma semana, a terra tremeu debaixo dos meus pés.
E acreditem.
Não há graça nenhuma.
E o que se faz durante um terremoto ?
O primeiro, o tal abalo sísmico leve, eu nem percebi direito.
A mesa de vidro na varanda fez um barulho e eu achei que era reflexo de uma obra grande que estavam fazendo no prédio.
No segundo tive o sangue frio de fazer tudo direitinho como mandava o treinamento feito quando morei em San Diego, na Califórnia, numa ladeira linda, em Mission Hills, a California Street.
Sabe aquelas ladeiras lindas, onduladas, ensolaradas, de comercial de multinacional em San Francisco ?
Pois é.
Em San Diego, a California Street, onde eu morava, era assim.
Linda.
Até eu descobrir que aquela ladeira formosa era exatamente tão formosa assim porque se constituía num braço direto da Falha de Santo André.
Ela mesma.
A falha que um dia vai causar o maior estrago do mundo ao se fraturar, separando um pedaço da Califórnia do resto dos Estados Unidos.
E morar num braço direto da falha, significa menor chance de sobrevivência na hora da rachadura.
Por isso, como todos os moradores de San Diego, na casa onde eu morava, uma vez por ano alguém tinha que participar de um curso da prefeitura de prevenção para terremotos.
Além disso tínhamos que ter estocados na garagem - havia blitz para fiscalizar isso -tantos galões de água, caixa de primeiro socorros, tantas pilhas, lanternas, e vários outros itens básicos de sobrvivência.
Sabedora do que fazer quando a terra treme, no México, não hesitei.
Quando o lustre começou a balançar, a cama a balançar, o chão do quarto a balançar, o apartamento a balançar, o prédio a balançar e a rua inteira a balançar, corri para debaixo da quina da porta.
E esperei passar.
É tudo que se pode fazer numa hora dessa.
Agora o que passa pela cabeça de uma pessoa nesses míseros segundos, nem te conto.
Assim como tenho histórias de furacões para contar, também tenho história de terremotos.
É.
Isso é que dá viajar tanto.
Morei seis meses no México.
E consegui enfrentar por lá, no curto espaço de uma semana, dois terremotos.
Bem, pra ser sincera, um deles, no fim das contas, foi registrado apenas como leve tremor de terra.
E o outro, graças aos deuses, não matou ninguém, fez poucos feridos, e entrou para a história como um terremoto de baixa intensidade.
Mas fato é que por duas vezes, na mesma semana, a terra tremeu debaixo dos meus pés.
E acreditem.
Não há graça nenhuma.
E o que se faz durante um terremoto ?
O primeiro, o tal abalo sísmico leve, eu nem percebi direito.
A mesa de vidro na varanda fez um barulho e eu achei que era reflexo de uma obra grande que estavam fazendo no prédio.
No segundo tive o sangue frio de fazer tudo direitinho como mandava o treinamento feito quando morei em San Diego, na Califórnia, numa ladeira linda, em Mission Hills, a California Street.
Sabe aquelas ladeiras lindas, onduladas, ensolaradas, de comercial de multinacional em San Francisco ?
Pois é.
Em San Diego, a California Street, onde eu morava, era assim.
Linda.
Até eu descobrir que aquela ladeira formosa era exatamente tão formosa assim porque se constituía num braço direto da Falha de Santo André.
Ela mesma.
A falha que um dia vai causar o maior estrago do mundo ao se fraturar, separando um pedaço da Califórnia do resto dos Estados Unidos.
E morar num braço direto da falha, significa menor chance de sobrevivência na hora da rachadura.
Por isso, como todos os moradores de San Diego, na casa onde eu morava, uma vez por ano alguém tinha que participar de um curso da prefeitura de prevenção para terremotos.
Além disso tínhamos que ter estocados na garagem - havia blitz para fiscalizar isso -tantos galões de água, caixa de primeiro socorros, tantas pilhas, lanternas, e vários outros itens básicos de sobrvivência.
Sabedora do que fazer quando a terra treme, no México, não hesitei.
Quando o lustre começou a balançar, a cama a balançar, o chão do quarto a balançar, o apartamento a balançar, o prédio a balançar e a rua inteira a balançar, corri para debaixo da quina da porta.
E esperei passar.
É tudo que se pode fazer numa hora dessa.
Agora o que passa pela cabeça de uma pessoa nesses míseros segundos, nem te conto.
Breaking News
Expressão usada pela imprensa internacional que, na maioria das vezes, vem junto com alguma notícia ruim.
Gustavo acaba de subir para categoria 4.
Ventos de 233 km/h.
Gustavo acaba de subir para categoria 4.
Ventos de 233 km/h.
Me, Myself & Os Furacões
Sempre blogo aqui no Migrante posts sobre furacões.
Deve ser porque na vida globe trotter acabei topando com alguns mundo afora.
Sem falar no Katrina, o qual cobrimos aqui no Brasil falando diariamente com brasileiros por lá.
Também houve um furacão que, inesperadamente, um dia ousou se aproximar de Nova Iorque quando eu morava lá.
Ficamos esperando por ele em Rockaway Beach.
Sim.
A mesma praia da música dos Ramones.
Mas, thanks Lord, ele nunca passou de tempestade tropical.
Furacões ou ciclones [para quem passa por um a diferença científica, na prática, não importa muito], apesar do tom bem-humorado com o qual eu vou contar meu relato aqui, não têm a menor graça.
Meu primeiro foi no Pacífico.
Gavin era o seu nome.
Eu estava na Nova Zelândia, numa viagem a caminho das ilhas Fiji.
E o Gavin vinha exatamente na direção contrária.
Por sorte, eu e o olho do Gavin nos desencontramos.
Eu estava em terra, no norte da Nova Zelândia, e ele passou no mar.
Quando cheguei à Fiji ele já havia passado em terra.
Minha distância a ele ficou sempre em 200km.
Foi de bom tamanho.
A tempestade, o vento, e as ondas gigantes batendo no pier, já foram suficientes para eu não desejar vontade nenhuma de ficar mais perto.
Furacões, eu insisto não têm a menor graça.
Passada a tormenta acabei comprando uma camiseta onde se lia:
I SURVIVED GAVIN.
Quem viaja muito pelo mundo já deve ter dado de cara com alguma t-shirt dessa natureza.
É uma espécie de piadinha internacional.
Toda vez que um furacão ou ciclone passa por um lugar, imediatamente, surgem nas ruas e lojicas baratinhas camisetas escritas "Eu sobrevivi ao Fulano".
É praxe.
Os turistas adoram levar uma para casa.
Até hoje, 11 anos depois, tenho a camiseta, enfurnada no armário, junto com aquelas coisas que você só tem coragem de usar para dormir.
Para mim, o Gavin foi uma curiosidade.
Por causa dele, mergulhando em Fiji, pude ver uma cena que jamais havia visto em anos e anos e centenas de mergulho de garrafa.
Como fica o fundo do mar após a passagem de um furacão.
Igualzinho ao continente.
Devastado.
Corais mortos, destroçados como árvores derrubadas pela força dos ventos em terra.
Tudo meio empoeirado por causa das partículas em suspensão na água.
Os peixinhos meio tontos pra lá e pra cá sem seus corais-abrigo.
Desolador.
Enquanto o fundo do mar se recuperava, em cima até que as coisas não iam tão mal.
Com medo do Gavin, na última hora, vários passageiros desistiram da viagem no navio em que eu estava.
Resultado, mais mordomia para quem se arriscou.
Recebemos upgrade de cabine e tratamento VIP da tripulação, já que não havia mesmo muita gente para paparicar.
Ou seja, o Gavin só me trouxe história simpática para contar.
Já o Irene, dois anos depois, não foi tão engraçado assim.
Eu morava em Nova Iorque e ia para Belize mergulhar.
Um problema de visto nos fez parar, por um dia, em Miami.
Perdemos o vôo e tivemos que dormir na cidade.
Começou a confusão.
Exatamente neste dia, com a aproximação do Irene, os vôos foram suspensos.
E todo mundo ficou em terra refém.
No começo ninguém levou muita fé no tal furacão.
Até Irene começar a ganhar força e mais força.
Para vocês terem uma idéia eu estava dentro de um cinema IMAX, assistindo a um filme, quando a sessão foi interrompida, as luzes acesas, e oficiais da Defesa Civil entraram anunciando que era para todo mundo sair.
Os ônibus, a partir daquele momento, eram gratuitos e todos deviam ir para suas casas.
Nessa hora, a Defesa Civil de Miami dá show.
Tudo organizado, eficiente.
A população, acostumada a essas situações, age sem desespero, todo mundo saindo dos prédios com tranquilidade.
O único problema era que eu estava do outro lado, muito do outro lado da cidade, em relação ao meu hotel.
E para chegar lá tinha que passar por todas aquelas pontes.
Só que conforme o Irene ia se aproximando, a água do mar, que corta a cidade em canais, começou a subir.
E as pontes iam sendo interditadas já que a água, a essa altura, estava quase mais alta que elas, prestes a engolfar as pistas.
Ponte fechada, não há quem passe.
Por sorte, por questão de minutos, conseguimos embarcar no último ônibus que foi autorizado a seguir para o bairro do nosso hotel.
Ufa, pensei eu.
Por pouco.
Bom, agora é só chegar no hotel, ligar a tv, comer algo, porque a essa altura eu já estava faminta, tinha deixado para comer depois do cinema, e ... esperar o Irene passar.
Até parece que você faz o que quer durante um furacão.
Quando finalmente, encharcadas de chuva, açoitadas por ventos e rajadas, eu e a minha amiga conseguimos chegar ao hotel [depois, claro, de andar um taco e tanto porque os ônibus nessas horas fazem trajetos retos para que todo mundo chegue o mais rápido possível], cadê a luz ?
O Irene já tinha conseguido deixar boa parte de Miami em blackout .
Sem luz, sem comida.
A cozinha fora fechada.
Os funcionários do hotel há muito já tinham se dirigido para suas devidas casas, cuidar de suas devidas famílias.
E a vontade de saquear aquelas máquinas de biscoito e coca-cola que ficam nos corredores do hotel ?
Sem selvageria, pensei eu.
Não é o fim do mundo ficar uma tarde e uma noite sem comer.
Sem mais o que fazer, decidimos ir pro quarto dormir.
Às cinco da tarde.
É.
Não há muito o que fazer durante a passagem de um furacão.
Só não é entediante porque a quantidade de pensamentos ruins que passam pela sua cabeça não deixa você sentir tédio.
Imagine ter que deitar às cinco da tarde, tentar dormir com fome e só ficar ouvindo rajadas de 170 km/h na sua janela ?
Primeiro parece que o teto vai voar e você vai ficar que nem desenho animado, destelhado, só você na sua cama enquanto tudo ao seu redor voa.
Depois você não consegue pregar o olho porque mesmo descartando o vôo do telhado, pelo barulho, você tem certeza de que a sua janela vai se estilhaçar nos próximos dois segundos.
Não há vidro blindado, você assegura nesses momentos, que seja capaz de resistir àquela força e aquele barulho.
E sem tevê, nem internet, nem informação.
Você não sabe se o furacão já passou, se vai passar, se alguém morreu, se está vindo na sua direção.
Acreditem.
Furacões não têm graça alguma.
Quando finalmente você, provavelmente exausto pelo medo, pelo barulho, pela ansiedade e pela fome, consegue pegar no sono é um alívio.
Até que a próxima rajada, estrondo, barulho de árvore caindo a poucos metros de você, te acorde.
E assim segue a noite.
Chuva no teto, estrondo, rajada.
Você acorda.
Dorme.
Rajada, estrondo, chuva no teto.
Você acorda.
Até que em algum momento acaba.
Passa.
Aí o que você faz ?
Feliz da vida você acorda e antes mesmo de abrir o olho já sabe pelo silêncio que o furacão passou.
Você respira fundo de alívio, e se estica para fora das cobertas, ainda moído da noite mal dormida.
Os mais empolgados jogam o lençol para o lado e abrem os olhos para ver a luz do dia entrar pela fresta da janela que você vedou de tudo que é jeito na noite anterior.
Cena de filme, não ?
Sim.
Até você, saltitante e animado, aliviado pelo fim do pesadelo, pular fora da cama.
E pof !
Água até o meio das canelas.
Sim.
Pof, pof, pof.
E tudo que você deixou no chão, sapato, meia, livro, boiando quarto afora.
Sim, em hotéis de bangalôs, os furacões têm o hábito de inundar seu quarto.
E aí você olha ansiosamente para ver onde deixou a mala.
Ufa.
Em cima daquela mesinha que eles deixam ali para isso mesmo.
Ah, que bom, não ficou nenhuma bolsa pelo chão.
Porque tudo que um dia esteve no chão, agora bóia.
É por isso que eu insisto.
Furacões não têm a menor graça.
Deve ser porque na vida globe trotter acabei topando com alguns mundo afora.
Sem falar no Katrina, o qual cobrimos aqui no Brasil falando diariamente com brasileiros por lá.
Também houve um furacão que, inesperadamente, um dia ousou se aproximar de Nova Iorque quando eu morava lá.
Ficamos esperando por ele em Rockaway Beach.
Sim.
A mesma praia da música dos Ramones.
Mas, thanks Lord, ele nunca passou de tempestade tropical.
Furacões ou ciclones [para quem passa por um a diferença científica, na prática, não importa muito], apesar do tom bem-humorado com o qual eu vou contar meu relato aqui, não têm a menor graça.
Meu primeiro foi no Pacífico.
Gavin era o seu nome.
Eu estava na Nova Zelândia, numa viagem a caminho das ilhas Fiji.
E o Gavin vinha exatamente na direção contrária.
Por sorte, eu e o olho do Gavin nos desencontramos.
Eu estava em terra, no norte da Nova Zelândia, e ele passou no mar.
Quando cheguei à Fiji ele já havia passado em terra.
Minha distância a ele ficou sempre em 200km.
Foi de bom tamanho.
A tempestade, o vento, e as ondas gigantes batendo no pier, já foram suficientes para eu não desejar vontade nenhuma de ficar mais perto.
Furacões, eu insisto não têm a menor graça.
Passada a tormenta acabei comprando uma camiseta onde se lia:
I SURVIVED GAVIN.
Quem viaja muito pelo mundo já deve ter dado de cara com alguma t-shirt dessa natureza.
É uma espécie de piadinha internacional.
Toda vez que um furacão ou ciclone passa por um lugar, imediatamente, surgem nas ruas e lojicas baratinhas camisetas escritas "Eu sobrevivi ao Fulano".
É praxe.
Os turistas adoram levar uma para casa.
Até hoje, 11 anos depois, tenho a camiseta, enfurnada no armário, junto com aquelas coisas que você só tem coragem de usar para dormir.
Para mim, o Gavin foi uma curiosidade.
Por causa dele, mergulhando em Fiji, pude ver uma cena que jamais havia visto em anos e anos e centenas de mergulho de garrafa.
Como fica o fundo do mar após a passagem de um furacão.
Igualzinho ao continente.
Devastado.
Corais mortos, destroçados como árvores derrubadas pela força dos ventos em terra.
Tudo meio empoeirado por causa das partículas em suspensão na água.
Os peixinhos meio tontos pra lá e pra cá sem seus corais-abrigo.
Desolador.
Enquanto o fundo do mar se recuperava, em cima até que as coisas não iam tão mal.
Com medo do Gavin, na última hora, vários passageiros desistiram da viagem no navio em que eu estava.
Resultado, mais mordomia para quem se arriscou.
Recebemos upgrade de cabine e tratamento VIP da tripulação, já que não havia mesmo muita gente para paparicar.
Ou seja, o Gavin só me trouxe história simpática para contar.
Já o Irene, dois anos depois, não foi tão engraçado assim.
Eu morava em Nova Iorque e ia para Belize mergulhar.
Um problema de visto nos fez parar, por um dia, em Miami.
Perdemos o vôo e tivemos que dormir na cidade.
Começou a confusão.
Exatamente neste dia, com a aproximação do Irene, os vôos foram suspensos.
E todo mundo ficou em terra refém.
No começo ninguém levou muita fé no tal furacão.
Até Irene começar a ganhar força e mais força.
Para vocês terem uma idéia eu estava dentro de um cinema IMAX, assistindo a um filme, quando a sessão foi interrompida, as luzes acesas, e oficiais da Defesa Civil entraram anunciando que era para todo mundo sair.
Os ônibus, a partir daquele momento, eram gratuitos e todos deviam ir para suas casas.
Nessa hora, a Defesa Civil de Miami dá show.
Tudo organizado, eficiente.
A população, acostumada a essas situações, age sem desespero, todo mundo saindo dos prédios com tranquilidade.
O único problema era que eu estava do outro lado, muito do outro lado da cidade, em relação ao meu hotel.
E para chegar lá tinha que passar por todas aquelas pontes.
Só que conforme o Irene ia se aproximando, a água do mar, que corta a cidade em canais, começou a subir.
E as pontes iam sendo interditadas já que a água, a essa altura, estava quase mais alta que elas, prestes a engolfar as pistas.
Ponte fechada, não há quem passe.
Por sorte, por questão de minutos, conseguimos embarcar no último ônibus que foi autorizado a seguir para o bairro do nosso hotel.
Ufa, pensei eu.
Por pouco.
Bom, agora é só chegar no hotel, ligar a tv, comer algo, porque a essa altura eu já estava faminta, tinha deixado para comer depois do cinema, e ... esperar o Irene passar.
Até parece que você faz o que quer durante um furacão.
Quando finalmente, encharcadas de chuva, açoitadas por ventos e rajadas, eu e a minha amiga conseguimos chegar ao hotel [depois, claro, de andar um taco e tanto porque os ônibus nessas horas fazem trajetos retos para que todo mundo chegue o mais rápido possível], cadê a luz ?
O Irene já tinha conseguido deixar boa parte de Miami em blackout .
Sem luz, sem comida.
A cozinha fora fechada.
Os funcionários do hotel há muito já tinham se dirigido para suas devidas casas, cuidar de suas devidas famílias.
E a vontade de saquear aquelas máquinas de biscoito e coca-cola que ficam nos corredores do hotel ?
Sem selvageria, pensei eu.
Não é o fim do mundo ficar uma tarde e uma noite sem comer.
Sem mais o que fazer, decidimos ir pro quarto dormir.
Às cinco da tarde.
É.
Não há muito o que fazer durante a passagem de um furacão.
Só não é entediante porque a quantidade de pensamentos ruins que passam pela sua cabeça não deixa você sentir tédio.
Imagine ter que deitar às cinco da tarde, tentar dormir com fome e só ficar ouvindo rajadas de 170 km/h na sua janela ?
Primeiro parece que o teto vai voar e você vai ficar que nem desenho animado, destelhado, só você na sua cama enquanto tudo ao seu redor voa.
Depois você não consegue pregar o olho porque mesmo descartando o vôo do telhado, pelo barulho, você tem certeza de que a sua janela vai se estilhaçar nos próximos dois segundos.
Não há vidro blindado, você assegura nesses momentos, que seja capaz de resistir àquela força e aquele barulho.
E sem tevê, nem internet, nem informação.
Você não sabe se o furacão já passou, se vai passar, se alguém morreu, se está vindo na sua direção.
Acreditem.
Furacões não têm graça alguma.
Quando finalmente você, provavelmente exausto pelo medo, pelo barulho, pela ansiedade e pela fome, consegue pegar no sono é um alívio.
Até que a próxima rajada, estrondo, barulho de árvore caindo a poucos metros de você, te acorde.
E assim segue a noite.
Chuva no teto, estrondo, rajada.
Você acorda.
Dorme.
Rajada, estrondo, chuva no teto.
Você acorda.
Até que em algum momento acaba.
Passa.
Aí o que você faz ?
Feliz da vida você acorda e antes mesmo de abrir o olho já sabe pelo silêncio que o furacão passou.
Você respira fundo de alívio, e se estica para fora das cobertas, ainda moído da noite mal dormida.
Os mais empolgados jogam o lençol para o lado e abrem os olhos para ver a luz do dia entrar pela fresta da janela que você vedou de tudo que é jeito na noite anterior.
Cena de filme, não ?
Sim.
Até você, saltitante e animado, aliviado pelo fim do pesadelo, pular fora da cama.
E pof !
Água até o meio das canelas.
Sim.
Pof, pof, pof.
E tudo que você deixou no chão, sapato, meia, livro, boiando quarto afora.
Sim, em hotéis de bangalôs, os furacões têm o hábito de inundar seu quarto.
E aí você olha ansiosamente para ver onde deixou a mala.
Ufa.
Em cima daquela mesinha que eles deixam ali para isso mesmo.
Ah, que bom, não ficou nenhuma bolsa pelo chão.
Porque tudo que um dia esteve no chão, agora bóia.
É por isso que eu insisto.
Furacões não têm a menor graça.
Medo Do Gustavo
O sábado não está sendo fácil para os que estão próximos ao Gustavo.
Esse rapaz aí ao lado na foto.
Agora de manhã ele se aproxima de Cuba com ventos de até 185km/h.
Ganhou força durante a madrugada.
E está deixando gente em pânico das Ilhas Cayman até Houston, no Texas.
Gustavo é o sétimo furacão da temporada 2008 no Atlântico.
Tem um diâmetro gigantesco.
520 km.
Deve chegar à Cuba nas próximas horas na categoria três - daquela escala que vai até cinco.
Não é pouca coisa não.
Havana já está em estado de alerta.
É que Gustavo pode entrar na categoria quatro antes mesmo de chegar à Cuba.
Nos EUA, o medo já deixa em frangalhos o coração de uma população traumatizada.
Meteorologistas prevêem que Gustavo passe pelo Golfo do México e chegue em algum lugar do Texas à Louisiana em 72 horas com a mesma força do Katrina.
Por isso, em Nova Orleans o clima é de pânico.
O The New York Times, para variar, está fazendo a cobertura mais completa do estado de espírito de uma população, que, não podemos esquecer, tem tudo mesmo para se sentir traumatizada.
Milhares de pessoas, mesmo sem ordem oficial de evacuação, já estão deixando suas casas.
Ninguém quer pagar para ver se Gustavo vai crescer ou minguar.
É um luxo que eles não podem se dar.
O prefeito da cidade avisou ontem que pode haver ordem oficial de retirada amanhã, domingo.
Mas quem teve a vida destruída pelo Katrina não quer saber de esperar.
Eu também não esperaria.
Hoje de manhã já teve gente pobre que, não dispondo de carro para sair correndo a qualquer momento, pediu para ser levada a abrigos em estádios, igrejas e centros cívicos.
Na região existem mais ou menos 30 mil pessoas - idosos, pobres, doentes - que precisarão ser abrigadas nesses lugares.
Hoje, antes das oito da manhã, no Tremé, o bairro negro histórico que fica ao redor do French Quarter, já tinha gente suficiente nos pontos especiais de evacuação para encher dois ônibus.
Antes mesmo das seis da manhã homelesses já estavam na fila.
E aquelas cenas de sempre de partir o coração.
Michelle Barnes, uma senhora pobre moradora do French Quarter, tinha os olhos em lágrimas porque não teve permissão para entrar no ônibus com o seu cãozinho, o Jack.
É que existe uma ordem que os animais de estimação só podem ser retirados e levados para abrigos com os donos se estiverem em caixinhas adequadas.
E a senhora Barnes simplesmente não tem uma casinha de cachorro.
No mesmo ponto, o Senhor Melvin, de 69 anos.
Morador que já aprendeu a lição.
Escreveu em cartões o nome dele, telefone e endereço, assim como o da irmã, uma senhora de 86 anos, que vive em cadeira-de-rodas.
Tudo para não acontecer o que aconteceu no Katrina.
Milhares de famílias separadas na correria e que depois não conseguiam se encontrar.
E as confusões de sempre.
Os dois primeiros ônibus do dia não tinham aquela suspensão na porta para a entrada de deficientes físicos.
Resultado, nem a irmã do Senhor Melvin, a de 86 anos, nem uma outra senhora de 82 anos, também cadeirante, conseguiram embarcar.
Só que outra lição que o Senhor Melvin também já aprendeu foi não esperar.
Se outro ônibus adaptado não chegasse logo ele ia levar a irmã para a estação de trem, onde é mais fácil para os cadeirantes entrarem.
Por sorte, tudo acabou bem.
Às nove da manhã, finalmente chegou uma van especial para deficientes.
E as duas senhoras conseguiram embarcar.
Num outro ponto de evacuação da cidade, quase a mesma cena.
A retirada estava marcada para começar somente hoje à tarde, às quatro.
Mas em Nova Orleans, ninguém, depois do Katrina, confia em esperar.
Às nove e meia da manhã, 50 pessoas e 12 animais de estimação já tinham sido embarcados.
O medo fica maior a cada hora porque o Gustavo não fez durante a madrugada uma espécie de "curva", a qual se esperava.
Por enquanto ele continua numa trajetória em direção à Louisianna e Nova Orleans, uma cidade ainda frágil, se reconstruindo.
O próprio prefeito é favorável que as pessoas não esperem.
Quem puder, que saia logo.
Até em Houston, o medo é grande e a CNN não pára de mostrar imagens de estradas congestionadas de moradores em fuga.
Em outras cidades da Louisiana, já há ônibus retirando moradores e hoje à noite começa a vigorar um toque de recolher.
Por isso, desta vez, torcemos todos, o governo americano tem que ser menos incompetente.
No Mississipi o governador já ordenou que 4 mil pessoas desalojadas pelo Katrina, e que hoje vivem em traillers, evacuem a área.
No Texas, cinco mil soldados da Guarda Nacional estão em alerta.
Em Nova Orleans, os presos já estão sendo retirados das prisões.
Assim como os animais que vivem em abrigos públicos.
Gustavo é forte.
Já matou 78 pessoas no Haiti, República Dominicana e Jamaica.
Esse rapaz aí ao lado na foto.
Agora de manhã ele se aproxima de Cuba com ventos de até 185km/h.
Ganhou força durante a madrugada.
E está deixando gente em pânico das Ilhas Cayman até Houston, no Texas.
Gustavo é o sétimo furacão da temporada 2008 no Atlântico.
Tem um diâmetro gigantesco.
520 km.
Deve chegar à Cuba nas próximas horas na categoria três - daquela escala que vai até cinco.
Não é pouca coisa não.
Havana já está em estado de alerta.
É que Gustavo pode entrar na categoria quatro antes mesmo de chegar à Cuba.
Nos EUA, o medo já deixa em frangalhos o coração de uma população traumatizada.
Meteorologistas prevêem que Gustavo passe pelo Golfo do México e chegue em algum lugar do Texas à Louisiana em 72 horas com a mesma força do Katrina.
Por isso, em Nova Orleans o clima é de pânico.
O The New York Times, para variar, está fazendo a cobertura mais completa do estado de espírito de uma população, que, não podemos esquecer, tem tudo mesmo para se sentir traumatizada.
Milhares de pessoas, mesmo sem ordem oficial de evacuação, já estão deixando suas casas.
Ninguém quer pagar para ver se Gustavo vai crescer ou minguar.
É um luxo que eles não podem se dar.
O prefeito da cidade avisou ontem que pode haver ordem oficial de retirada amanhã, domingo.
Mas quem teve a vida destruída pelo Katrina não quer saber de esperar.
Eu também não esperaria.
Hoje de manhã já teve gente pobre que, não dispondo de carro para sair correndo a qualquer momento, pediu para ser levada a abrigos em estádios, igrejas e centros cívicos.
Na região existem mais ou menos 30 mil pessoas - idosos, pobres, doentes - que precisarão ser abrigadas nesses lugares.
Hoje, antes das oito da manhã, no Tremé, o bairro negro histórico que fica ao redor do French Quarter, já tinha gente suficiente nos pontos especiais de evacuação para encher dois ônibus.
Antes mesmo das seis da manhã homelesses já estavam na fila.
E aquelas cenas de sempre de partir o coração.
Michelle Barnes, uma senhora pobre moradora do French Quarter, tinha os olhos em lágrimas porque não teve permissão para entrar no ônibus com o seu cãozinho, o Jack.
É que existe uma ordem que os animais de estimação só podem ser retirados e levados para abrigos com os donos se estiverem em caixinhas adequadas.
E a senhora Barnes simplesmente não tem uma casinha de cachorro.
No mesmo ponto, o Senhor Melvin, de 69 anos.
Morador que já aprendeu a lição.
Escreveu em cartões o nome dele, telefone e endereço, assim como o da irmã, uma senhora de 86 anos, que vive em cadeira-de-rodas.
Tudo para não acontecer o que aconteceu no Katrina.
Milhares de famílias separadas na correria e que depois não conseguiam se encontrar.
E as confusões de sempre.
Os dois primeiros ônibus do dia não tinham aquela suspensão na porta para a entrada de deficientes físicos.
Resultado, nem a irmã do Senhor Melvin, a de 86 anos, nem uma outra senhora de 82 anos, também cadeirante, conseguiram embarcar.
Só que outra lição que o Senhor Melvin também já aprendeu foi não esperar.
Se outro ônibus adaptado não chegasse logo ele ia levar a irmã para a estação de trem, onde é mais fácil para os cadeirantes entrarem.
Por sorte, tudo acabou bem.
Às nove da manhã, finalmente chegou uma van especial para deficientes.
E as duas senhoras conseguiram embarcar.
Num outro ponto de evacuação da cidade, quase a mesma cena.
A retirada estava marcada para começar somente hoje à tarde, às quatro.
Mas em Nova Orleans, ninguém, depois do Katrina, confia em esperar.
Às nove e meia da manhã, 50 pessoas e 12 animais de estimação já tinham sido embarcados.
O medo fica maior a cada hora porque o Gustavo não fez durante a madrugada uma espécie de "curva", a qual se esperava.
Por enquanto ele continua numa trajetória em direção à Louisianna e Nova Orleans, uma cidade ainda frágil, se reconstruindo.
O próprio prefeito é favorável que as pessoas não esperem.
Quem puder, que saia logo.
Até em Houston, o medo é grande e a CNN não pára de mostrar imagens de estradas congestionadas de moradores em fuga.
Em outras cidades da Louisiana, já há ônibus retirando moradores e hoje à noite começa a vigorar um toque de recolher.
Por isso, desta vez, torcemos todos, o governo americano tem que ser menos incompetente.
No Mississipi o governador já ordenou que 4 mil pessoas desalojadas pelo Katrina, e que hoje vivem em traillers, evacuem a área.
No Texas, cinco mil soldados da Guarda Nacional estão em alerta.
Em Nova Orleans, os presos já estão sendo retirados das prisões.
Assim como os animais que vivem em abrigos públicos.
Gustavo é forte.
Já matou 78 pessoas no Haiti, República Dominicana e Jamaica.
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Sem Gracinha
Dessa vez decidi não brincar nem com Deus nem com as Escrituras.
Deu certo.
O avião saiu no horário.
E pousou em Congonhas.
Uma raridade.
E com finger.
Não é uma coisa ?
Como Congonhas jamais significa perfeição, ficamos um certo tempo parados na pista esperando vaga.
E depois da vaga, esperamos mais um tempo trancados dentro do avião.
Mas só o fato de desembarcar antes das onze da noite já é motivo para louvação.
E só para a gente não perder a conta.
Foi o décimo-quinto aeroporto em 22 dias.
Bling Blong.
Deu certo.
O avião saiu no horário.
E pousou em Congonhas.
Uma raridade.
E com finger.
Não é uma coisa ?
Como Congonhas jamais significa perfeição, ficamos um certo tempo parados na pista esperando vaga.
E depois da vaga, esperamos mais um tempo trancados dentro do avião.
Mas só o fato de desembarcar antes das onze da noite já é motivo para louvação.
E só para a gente não perder a conta.
Foi o décimo-quinto aeroporto em 22 dias.
Bling Blong.
Não É Porque A Olimpíada Acabou
Que eu vou deixar de bater recórde.
Doutor Leite Lopes.
Aeroporto de Ribeirão Preto.
Aqui estou eu.
O décimo-quarto aeroporto em 22 dias.
Bling Blong.
Doutor Leite Lopes.
Aeroporto de Ribeirão Preto.
Aqui estou eu.
O décimo-quarto aeroporto em 22 dias.
Bling Blong.
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Quer Comprar Um Phelps ?
Esse poster aí até que é mais baratinho.
A versão menor custa 15.95 dólares.
A maiorzinha 19.95.
Agora se você quiser um poster do Phelps, com as 8 medalhas, a Acrópole ao fundo, autografado, de uma edição limitada de 300 peças, aí já é mais caro.
300 pratas. Americanas.
Para comprar clique aqui.
A versão menor custa 15.95 dólares.
A maiorzinha 19.95.
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300 pratas. Americanas.
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A Vaca E A Bússola
Em viagem nem sempre é possível acompanhar as notícias do dia.
Em viagem a trabalho, então, nem se fala.
Mas hoje eu parei tudo que estava fazendo para ler e reler a minha notícia favorita dos últimos tempos.
As vacas têm bússolas !
Bem, quer dizer, não é exatamente assim.
E nem é digamos lá muito confirmado cientificamente.
Ainda é preciso comprovar mais empiricamente.
Mas fato é que alguém se deu ao trabalho de sair tirando fotos de satélite de vacas pelo mundo.
E voilá.
Descobriu-se que as criaturas em questão sempre pastam, em sua maioria, voltadas para o mesmo lado.
Um alinhamento, digamos assim.
E, para cientistas alemães e tchecos, os tais que se deram ao trabalho de estudar para onde as vacas pastam, o motivo é o campo magnético da Terra.
Ao redor do mundo, as vacas, em geral, pastam na direção norte-sul.
Das 8.510 cabeças de gado estudadas, em 308 pastagens, 60 a 70% dos bovinos ficavam virados para a direção norte-sul.
Adorei.
Junto com os GPSs das tartarugas, que sempre voltam para desovar onde nasceram, em breve vamos descobrir que as águias têm transponder.
Em viagem a trabalho, então, nem se fala.
Mas hoje eu parei tudo que estava fazendo para ler e reler a minha notícia favorita dos últimos tempos.
As vacas têm bússolas !
Bem, quer dizer, não é exatamente assim.
E nem é digamos lá muito confirmado cientificamente.
Ainda é preciso comprovar mais empiricamente.
Mas fato é que alguém se deu ao trabalho de sair tirando fotos de satélite de vacas pelo mundo.
E voilá.
Descobriu-se que as criaturas em questão sempre pastam, em sua maioria, voltadas para o mesmo lado.
Um alinhamento, digamos assim.
E, para cientistas alemães e tchecos, os tais que se deram ao trabalho de estudar para onde as vacas pastam, o motivo é o campo magnético da Terra.
Ao redor do mundo, as vacas, em geral, pastam na direção norte-sul.
Das 8.510 cabeças de gado estudadas, em 308 pastagens, 60 a 70% dos bovinos ficavam virados para a direção norte-sul.
Adorei.
Junto com os GPSs das tartarugas, que sempre voltam para desovar onde nasceram, em breve vamos descobrir que as águias têm transponder.
É. Pois É ...
Lembram daquela viagem que eu falei que ia durar 5 horas e não deveria atrasar porque, finalmente, era de carro, e carro, bem, carros não atrasam ?
É.
Pois é.
Demorou seis horas.
Mas tudo bem.
Como passei boa parte do dia na estrada não deu pra blogar e comemorar o aniversário do Migrante comme il faut.
Mas recebi todos os e-mails, beijos, beijos, beijos a todos.
Tenho colunas novas pra postar.
Os sites e blogs preferidos do Urubu,
A Primeira Vez do Reinaldo,
Uma looonga lista de agradecimentos,
Virão aos poucos.
Conforme os aeroportos e estradas desse país deixarem.
Beijocas,
Guta
É.
Pois é.
Demorou seis horas.
Mas tudo bem.
Como passei boa parte do dia na estrada não deu pra blogar e comemorar o aniversário do Migrante comme il faut.
Mas recebi todos os e-mails, beijos, beijos, beijos a todos.
Tenho colunas novas pra postar.
Os sites e blogs preferidos do Urubu,
A Primeira Vez do Reinaldo,
Uma looonga lista de agradecimentos,
Virão aos poucos.
Conforme os aeroportos e estradas desse país deixarem.
Beijocas,
Guta
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
É Hooooje !!!
O Migrante Digital completa 1 ano de vida neste 25 de Agosto.
Mas estarei na estrada.
Cinco horas de viagem.
Bem, como é de carro deve demorar mesmo umas cinco horas.
Se fosse de avião ...
Por isso não vai dar para comemorar durante o dia.
Mas agradeço os e-mails de parabéns, presentes etc.
Beijos,
Guta
Mas estarei na estrada.
Cinco horas de viagem.
Bem, como é de carro deve demorar mesmo umas cinco horas.
Se fosse de avião ...
Por isso não vai dar para comemorar durante o dia.
Mas agradeço os e-mails de parabéns, presentes etc.
Beijos,
Guta
domingo, 24 de agosto de 2008
O Fim Da Crise Digital
Pronto.
Tudo resolvido.
Se você paga uma fortuna pela Net Digital e no dia da final do vôlei na Olimpíada a Net some com seus principais canais e manda você ligar S-E-I-S horas depois, é fácil.
É só ir na tomada e arrancar todos os cabos digitais, fibras óticas etc.
Volte ao mundo analógico e voilá.
Todos os canais voltam aos seus devidos lugares.
Tudo resolvido.
Se você paga uma fortuna pela Net Digital e no dia da final do vôlei na Olimpíada a Net some com seus principais canais e manda você ligar S-E-I-S horas depois, é fácil.
É só ir na tomada e arrancar todos os cabos digitais, fibras óticas etc.
Volte ao mundo analógico e voilá.
Todos os canais voltam aos seus devidos lugares.
Net Digital
Você tem uma ?
Eu tenho.
Pago uma fortuna mensal por três pontos.
E não vou conseguir ver a final do vôlei masculino da Olimpíada nem na Globo nem no SporTV.
Tudo porque estes canais estão fora do ar na minha casa.
Aí o que a gente faz ?
A gente liga pro serviço de auxílio ao consumidor.
Que em países sérios é gratuito, tipo 0800.
Aqui eu pago e fico pagando minutagem enquanto espero.
De cara uma gravação já avisa que à meia-noite e cinco o sistema está com supercarga e o atendente vai demorar.
E eu pagando.
Quando finalmente, minutos e reais a mais na minha conta telefônica, alguém me atende a primeira coisa que ouço é:
Favor ligar amanhã depois das seis da manhã porque o nosso serviço está inoperante.
É.
Pois é.
Eu tenho.
Pago uma fortuna mensal por três pontos.
E não vou conseguir ver a final do vôlei masculino da Olimpíada nem na Globo nem no SporTV.
Tudo porque estes canais estão fora do ar na minha casa.
Aí o que a gente faz ?
A gente liga pro serviço de auxílio ao consumidor.
Que em países sérios é gratuito, tipo 0800.
Aqui eu pago e fico pagando minutagem enquanto espero.
De cara uma gravação já avisa que à meia-noite e cinco o sistema está com supercarga e o atendente vai demorar.
E eu pagando.
Quando finalmente, minutos e reais a mais na minha conta telefônica, alguém me atende a primeira coisa que ouço é:
Favor ligar amanhã depois das seis da manhã porque o nosso serviço está inoperante.
É.
Pois é.
sábado, 23 de agosto de 2008
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Quadro De Medalhas - II
Ficamos assim, então, no pódio.
A Medalha de Ouro é de Congonhas com a marca de 4 x em 15 dias.
A Medalha de Prata vai para Cumbica, Guarulhos - 3 x.
E Medalha de Bronze para o Doutor Leite Lopes, Ribeirão Preto, que começou como azarão e acabou em terceiro lugar com 2 x.
A Medalha de Ouro é de Congonhas com a marca de 4 x em 15 dias.
A Medalha de Prata vai para Cumbica, Guarulhos - 3 x.
E Medalha de Bronze para o Doutor Leite Lopes, Ribeirão Preto, que começou como azarão e acabou em terceiro lugar com 2 x.
Quadro De Medalhas Aeroportuárias
Está assim minha volta olímpica pelos aeroportos nas últimas semanas.
* Cumbica (Guarulhos)
* Viracopos (Campinas)
* Hugo Cantergiani (Caxias do Sul)
* Salgado Filho (Porto Alegre)
* Cumbica (Guarulhos)
* Congonhas (Sp)
* Santos Dumont (Rio de Janeiro)
* Congonhas (Sp)
* Congonhas (Sp) - modalidade overbooking
* Congonhas (Sp)
* Doutor Leite Lopes (Ribeirão Preto)
* Doutor Leite Lopes (Ribeirão Preto)
* Cumbica (Guarulhos)
No meio de tanto aeroporto, devo citar uma viagenzinha rápida à Itatiba.
De carro.
Pra relaxar.
* Cumbica (Guarulhos)
* Viracopos (Campinas)
* Hugo Cantergiani (Caxias do Sul)
* Salgado Filho (Porto Alegre)
* Cumbica (Guarulhos)
* Congonhas (Sp)
* Santos Dumont (Rio de Janeiro)
* Congonhas (Sp)
* Congonhas (Sp) - modalidade overbooking
* Congonhas (Sp)
* Doutor Leite Lopes (Ribeirão Preto)
* Doutor Leite Lopes (Ribeirão Preto)
* Cumbica (Guarulhos)
No meio de tanto aeroporto, devo citar uma viagenzinha rápida à Itatiba.
De carro.
Pra relaxar.
É. Pois É. C-I-N-C-O
Lembram daquele post algumas horas abaixo dizendo que se Deus fosse mesmo justo & generoso como retratam as Escrituras em poucas horas eu estaria em Congonhas ?
É.
Pois é.
Estou em Cumbica, Guarulhos.
Das duas uma.
Ou isso é o que dá brincar com a palavra do Senhor ou ...
Ou, bem, deixa pra lá.
Fato é que o vôo, claro, não saiu no horário.
Claro que muitos passageiros acabaram sentados no chão no exíguo saguão de embarque.
Claro que quem decola rumo à Congonhas depois das nove da noite tem as mesmas chances de não chegar a tempo que o Phelps de ganhar medalhas.
Claro que havia congestionamento aéreo.
Claro que ficamos dando voltas olímpicas sobre Campinas.
[Aliás se eu somar todo o tempo na vida em que já fiquei sobrevoando Campinas esperando pouso em Congonhas, sei não, dá recórde].
Claro que Congonhas fechou.
Claro que viemos parar em Cumbica.
Mas, para que tudo não seja tão claro assim, um favorzinho divino.
Tivemos finger.
Sei lá.
Talvez as Escrituras estejam certas.
É.
Pois é.
Estou em Cumbica, Guarulhos.
Das duas uma.
Ou isso é o que dá brincar com a palavra do Senhor ou ...
Ou, bem, deixa pra lá.
Fato é que o vôo, claro, não saiu no horário.
Claro que muitos passageiros acabaram sentados no chão no exíguo saguão de embarque.
Claro que quem decola rumo à Congonhas depois das nove da noite tem as mesmas chances de não chegar a tempo que o Phelps de ganhar medalhas.
Claro que havia congestionamento aéreo.
Claro que ficamos dando voltas olímpicas sobre Campinas.
[Aliás se eu somar todo o tempo na vida em que já fiquei sobrevoando Campinas esperando pouso em Congonhas, sei não, dá recórde].
Claro que Congonhas fechou.
Claro que viemos parar em Cumbica.
Mas, para que tudo não seja tão claro assim, um favorzinho divino.
Tivemos finger.
Sei lá.
Talvez as Escrituras estejam certas.
É. Pois É. Quatro.
Bem.
Se Deus for mesmo justo e generoso como está nas Escrituras, poucas horas me separam de Congonhas.
O décimo-primeiro aeroporto em 17 dias.
O que me dá o direito de registrar.
Nas duas últimas semanas tenho mais aeroportos nas costas do que Michael Phelps medalhas em Jogos Olímpicos.
Se Deus for mesmo justo e generoso como está nas Escrituras, poucas horas me separam de Congonhas.
O décimo-primeiro aeroporto em 17 dias.
O que me dá o direito de registrar.
Nas duas últimas semanas tenho mais aeroportos nas costas do que Michael Phelps medalhas em Jogos Olímpicos.
É. Pois É. Três.
A-d-v-i-n-h-a onde eu estou ?
Aeropoooorto.
Só para registrar.
O décimo em dezessete dias.
Aeropoooorto.
Só para registrar.
O décimo em dezessete dias.
É. Pois É. Dois.
Claro que marcaram o embarque para um portão e ele mudou.
Para um portão que já está cheio.
E que não tem finger.
Para um portão que já está cheio.
E que não tem finger.
É. Pois É.
Congonhas.
Aqui estou eu.
Nem 12 horas depois.
Sabe aquele vôo no qual eu não consegui embarcar ontem ?
Pois é.
Claro que ele não saiu no horário.
No dia em que vôo com overbooking sair no horário vai dar manchete em jornal.
E hoje, no painel, reluz a palavra "Estimated".
É.
Pois é.
Em respeito à dor das famílias dos passageiros do vôo da Spanair não vou reclamar de nada.
Aqui estou eu.
Nem 12 horas depois.
Sabe aquele vôo no qual eu não consegui embarcar ontem ?
Pois é.
Claro que ele não saiu no horário.
No dia em que vôo com overbooking sair no horário vai dar manchete em jornal.
E hoje, no painel, reluz a palavra "Estimated".
É.
Pois é.
Em respeito à dor das famílias dos passageiros do vôo da Spanair não vou reclamar de nada.
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Vocês Não Vão Acreditar
Mas hoje eu consegui mais uma façanha aeroportonista.
Consegui estar num aeroporto - o sétimo em dezesseis dias, não custa nada lembrar - passar por todos os perrengues aeroportísticos e não embarcar !
Que tal ?
Que tal sair atrasada atropelando tudo e todos para chegar no horário ?
Que tal encher o saco do motorista do táxi para, pelo amor de Deus, ele sobrevoar a 23 de Maio engarrafada às seis da tarde ?
Que tal conseguir chegar no horário de embarque apesar de ter feito o pobre do tal motorista acima quase colidir por duas vezes contra lesmas, digo, motoristas comedidos no trânsito ?
Que tal enfrentar fila grande de check-in eletrônico ?
Que tal ficar uns cinco minutos tentando marcar seu assento na telinha e a máquina não aceitar ?
Que tal pedir ajuda à funcionária da companhia aérea e ela dizer, "ah é, pois é, seu vôo não tem check-in eletrônico" e te mostrar uma fila à distância com ar de balbúrdia, tumulto, confusão ?
Que tal começar a ouvir gritos de passageiros indignados na sua tal fila antes mesmo de você chegar à ela ?
Que tal começar a ouvir ao longe as palavras "overbooking", "absurdo", "falta de respeito", e berros de "EU VOU EMBARCAAAAR !" ?
É.
Pois é.
Que tal saber que seus amigos com quem você viajaria já estão todos lá te esperando, no mesmo aeroporto, no andar de cima, já no salão de embarque e você não conseguir se juntar a eles ?
Que tal te oferecerem um vôo que sai duas horas mais tarde e te deixa a duas horas da cidade onde você tem que desembarcar ?
Que tal saber que só tem vôo agora no dia seguinte às 6h40 ?
É.
Pois é.
E que tal depois de tudo isso se dirigir à fila do táxi para voltar pra casa arrastando mala, laptop e cuia, e descobrir, ou melhor, contar, que há 27 pessoas à sua frente ?
É.
Pois é.
Amanhã de manhã estarei lá.
Congonhas.
Minha sina.
O oitavo aeroporto em dezessete dias.
Consegui estar num aeroporto - o sétimo em dezesseis dias, não custa nada lembrar - passar por todos os perrengues aeroportísticos e não embarcar !
Que tal ?
Que tal sair atrasada atropelando tudo e todos para chegar no horário ?
Que tal encher o saco do motorista do táxi para, pelo amor de Deus, ele sobrevoar a 23 de Maio engarrafada às seis da tarde ?
Que tal conseguir chegar no horário de embarque apesar de ter feito o pobre do tal motorista acima quase colidir por duas vezes contra lesmas, digo, motoristas comedidos no trânsito ?
Que tal enfrentar fila grande de check-in eletrônico ?
Que tal ficar uns cinco minutos tentando marcar seu assento na telinha e a máquina não aceitar ?
Que tal pedir ajuda à funcionária da companhia aérea e ela dizer, "ah é, pois é, seu vôo não tem check-in eletrônico" e te mostrar uma fila à distância com ar de balbúrdia, tumulto, confusão ?
Que tal começar a ouvir gritos de passageiros indignados na sua tal fila antes mesmo de você chegar à ela ?
Que tal começar a ouvir ao longe as palavras "overbooking", "absurdo", "falta de respeito", e berros de "EU VOU EMBARCAAAAR !" ?
É.
Pois é.
Que tal saber que seus amigos com quem você viajaria já estão todos lá te esperando, no mesmo aeroporto, no andar de cima, já no salão de embarque e você não conseguir se juntar a eles ?
Que tal te oferecerem um vôo que sai duas horas mais tarde e te deixa a duas horas da cidade onde você tem que desembarcar ?
Que tal saber que só tem vôo agora no dia seguinte às 6h40 ?
É.
Pois é.
E que tal depois de tudo isso se dirigir à fila do táxi para voltar pra casa arrastando mala, laptop e cuia, e descobrir, ou melhor, contar, que há 27 pessoas à sua frente ?
É.
Pois é.
Amanhã de manhã estarei lá.
Congonhas.
Minha sina.
O oitavo aeroporto em dezessete dias.
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
I Have No Idea
Para variar o The New York Times fez a melhor matéria do dia com Michael Phelps.
Ao retratar o que foi a primeira segunda-feira do resto da vida do maior atleta olímpico de nossos tempos, o NYT bateu um bolão.
E, pelo que eu li, a segunda-feira não foi exatamente de descanso para Michael.
Dúzias de fotógrafos se acotovelaram em direção ao palco onde ele teve que sentar segunda de manhã para uma sessão de entrevista ping-pong armada por um de seus patrocinadores, a Visa.
Para começar, foram necessários quatro seguranças para escoltá-lo até o seu lugar.
Na primeira fila, a mãezona coruja Debbie.
E Phelps, o que achava da balbúrdia toda ?
Nada.
Só ria.
E quanto mais ele ria, mais a horda de fotógrafos ensandecida se aproximava e fazia click.
Na platéia, pelo que eu entendi, jornalista de tudo quanto é canto do mundo com as perguntas mais estapafúrdias do mundo.
E lá foi o pobre Phelps responder cada coisa que até Deus duvida.
Entre elas, o que ele achava do amor.
Sobre o peso.
A luz seria uma partícula ou uma onda ?
E aí vem a parte que eu mais gosto no Phelps.
O herói grandalhão só respondia,
I have no idea.
Sinceramente ?
Acho que seria o que eu também responderia.
Fala sério.
Phelps é um marco da natação.
Mas é isso.
Por isso, vamos combinar, algumas perguntas são patéticas.
Seguindo a reportagem, vamos descobrindo que só agora ele está começando perceber o tamanho da Michaelmania nos EUA.
Sobre a famosa ligação telefônica que recebeu do Bush ele já tinha contado.
Reiteirou que a parte que ele mais gostou foi quando o Presidente mandou um abraço para a mãe dele, Dona Phelps.
Mas o mais legal de tudo foi saber que nas 24 horas após ganhar a 8a medalha de ouro, Phelps recebeu mais de 4.000 mensagens em seu BlackBerry.
Já pensou ?
E o cara é gente boa.
Adorou e abriu um sorriso para cada uma delas.
Phelps também ouviu falar que Bruce Springsteen, antes de tocar "Born in the U.S.A." num show na Flórida, dedicou a música a ele.
Bem, a essa altura do campeonato todo mundo já sabe que Phelps é fã mesmo é de hip-hop mas tudo bem.
Ele achou legal.
A entrevista durou 36 minutos.
Mas foi o bastante para todos perceberem o quanto ele estava focado nos Jogos e mal sabia o que se passava lá fora.
Literalmente.
Só no domingo foi que ele percebeu que o Cubo D'Água à noite fica iluminado como um caleidoscópio.
I have no idea, disse ele.
O maior nadador de todos os tempos também não viu a mãe.
Só na piscina.
E confessou.
Passou a Olimpíada toda comendo macarrão e pizza quando o que queria mesmo era um cheeseburger.
Claro que a primeira coisa que ele vai fazer quando voltar pra casa é comer tudo que ele está com vontade.
O garoto merece, vai.
Ele também tem à sua espera uma pilha de notícias sobre seu time favorito de futebol americano, o Ravens, da sua cidade natal, Baltimore.
Phelps é fã de carteirinha da N.F.L. e não conseguiu acompanhar nada do time no último mês.
"Mal vejo a hora de começar o campeonato americano, tomara que seja uma boa temporada pro Ravens."
Vai ser Phelps.
Nem que seja só para te agradar.
Afinal, sei lá, se eu fosse jogador e Michael Phelps torcesse pelo meu time, eu ia ter vergonha de perder partida.
O garoto, de 23 anos, está cansado.
Tem dormido apenas 5 horas por dia quando na verdade precisa de muito mais.
Mas é um cara tranquilo.
Diz que tudo bem, está se divertindo.
De Beijing ele viaja para Londres - onde já prometeu estar em 2012 - para fazer uma aparição ligada ao encerramento da Olimpíada domingo.
Depois de passar os últimos 4 anos treinando em Michigan e os últimos dois meses sequestrado com o time olímpico da natação americana ele mal vê a hora de voltar para Baltimore.
É o que o campeão mais quer.
Ao ser perguntado sobre o que vai ser da sua vida pública daqui pra frente, lá veio ele com a minha resposta favorita.
I have no idea.
Para a repórter do NYT ele parece determinado em não se deixar levar pela vida de celebridade.
Mas para tudo na vida há exceção.
Ele admite que adoraria conhecer Michael Jordan e Tiger Woods.
Ele admira os dois porque, no fundo, quer ser como eles.
Daqui pra frente o que ele também mais quer, e é mesmo o que ele tem dito nas entrevistas, é ter o mesmo impacto na natação que Jordan teve no basquete e Tiger no golfe.
Ah, Phelps também adora jogar baralho.
Acha que seria bacana participar do Mundial de Pôquer.
Ele reconhece que seu jogo não anda lá essas coisas.
Mas tudo bem.
"Eu dava uma improvisada."
Isso é que é ser campeão.
O cara não teme nem mesmo um mundial de cartas.
Quando perguntaram quando ele ia fazer uma foto histórica com todas as medalhas no pescoço, como fez Mark Spitz, advinhem o que ele respondeu ?
I have no idea.
É por essas e outras que eu adoro Michael Phelps.
E vou adorar vê-lo na balada com Michael Jordan e Tiger Woods.
Ao retratar o que foi a primeira segunda-feira do resto da vida do maior atleta olímpico de nossos tempos, o NYT bateu um bolão.
E, pelo que eu li, a segunda-feira não foi exatamente de descanso para Michael.
Dúzias de fotógrafos se acotovelaram em direção ao palco onde ele teve que sentar segunda de manhã para uma sessão de entrevista ping-pong armada por um de seus patrocinadores, a Visa.
Para começar, foram necessários quatro seguranças para escoltá-lo até o seu lugar.
Na primeira fila, a mãezona coruja Debbie.
E Phelps, o que achava da balbúrdia toda ?
Nada.
Só ria.
E quanto mais ele ria, mais a horda de fotógrafos ensandecida se aproximava e fazia click.
Na platéia, pelo que eu entendi, jornalista de tudo quanto é canto do mundo com as perguntas mais estapafúrdias do mundo.
E lá foi o pobre Phelps responder cada coisa que até Deus duvida.
Entre elas, o que ele achava do amor.
Sobre o peso.
A luz seria uma partícula ou uma onda ?
E aí vem a parte que eu mais gosto no Phelps.
O herói grandalhão só respondia,
I have no idea.
Sinceramente ?
Acho que seria o que eu também responderia.
Fala sério.
Phelps é um marco da natação.
Mas é isso.
Por isso, vamos combinar, algumas perguntas são patéticas.
Seguindo a reportagem, vamos descobrindo que só agora ele está começando perceber o tamanho da Michaelmania nos EUA.
Sobre a famosa ligação telefônica que recebeu do Bush ele já tinha contado.
Reiteirou que a parte que ele mais gostou foi quando o Presidente mandou um abraço para a mãe dele, Dona Phelps.
Mas o mais legal de tudo foi saber que nas 24 horas após ganhar a 8a medalha de ouro, Phelps recebeu mais de 4.000 mensagens em seu BlackBerry.
Já pensou ?
E o cara é gente boa.
Adorou e abriu um sorriso para cada uma delas.
Phelps também ouviu falar que Bruce Springsteen, antes de tocar "Born in the U.S.A." num show na Flórida, dedicou a música a ele.
Bem, a essa altura do campeonato todo mundo já sabe que Phelps é fã mesmo é de hip-hop mas tudo bem.
Ele achou legal.
A entrevista durou 36 minutos.
Mas foi o bastante para todos perceberem o quanto ele estava focado nos Jogos e mal sabia o que se passava lá fora.
Literalmente.
Só no domingo foi que ele percebeu que o Cubo D'Água à noite fica iluminado como um caleidoscópio.
I have no idea, disse ele.
O maior nadador de todos os tempos também não viu a mãe.
Só na piscina.
E confessou.
Passou a Olimpíada toda comendo macarrão e pizza quando o que queria mesmo era um cheeseburger.
Claro que a primeira coisa que ele vai fazer quando voltar pra casa é comer tudo que ele está com vontade.
O garoto merece, vai.
Ele também tem à sua espera uma pilha de notícias sobre seu time favorito de futebol americano, o Ravens, da sua cidade natal, Baltimore.
Phelps é fã de carteirinha da N.F.L. e não conseguiu acompanhar nada do time no último mês.
"Mal vejo a hora de começar o campeonato americano, tomara que seja uma boa temporada pro Ravens."
Vai ser Phelps.
Nem que seja só para te agradar.
Afinal, sei lá, se eu fosse jogador e Michael Phelps torcesse pelo meu time, eu ia ter vergonha de perder partida.
O garoto, de 23 anos, está cansado.
Tem dormido apenas 5 horas por dia quando na verdade precisa de muito mais.
Mas é um cara tranquilo.
Diz que tudo bem, está se divertindo.
De Beijing ele viaja para Londres - onde já prometeu estar em 2012 - para fazer uma aparição ligada ao encerramento da Olimpíada domingo.
Depois de passar os últimos 4 anos treinando em Michigan e os últimos dois meses sequestrado com o time olímpico da natação americana ele mal vê a hora de voltar para Baltimore.
É o que o campeão mais quer.
Ao ser perguntado sobre o que vai ser da sua vida pública daqui pra frente, lá veio ele com a minha resposta favorita.
I have no idea.
Para a repórter do NYT ele parece determinado em não se deixar levar pela vida de celebridade.
Mas para tudo na vida há exceção.
Ele admite que adoraria conhecer Michael Jordan e Tiger Woods.
Ele admira os dois porque, no fundo, quer ser como eles.
Daqui pra frente o que ele também mais quer, e é mesmo o que ele tem dito nas entrevistas, é ter o mesmo impacto na natação que Jordan teve no basquete e Tiger no golfe.
Ah, Phelps também adora jogar baralho.
Acha que seria bacana participar do Mundial de Pôquer.
Ele reconhece que seu jogo não anda lá essas coisas.
Mas tudo bem.
"Eu dava uma improvisada."
Isso é que é ser campeão.
O cara não teme nem mesmo um mundial de cartas.
Quando perguntaram quando ele ia fazer uma foto histórica com todas as medalhas no pescoço, como fez Mark Spitz, advinhem o que ele respondeu ?
I have no idea.
É por essas e outras que eu adoro Michael Phelps.
E vou adorar vê-lo na balada com Michael Jordan e Tiger Woods.
Ainda É Cedo
Pra cantar vitória ou medalha de ouro.
Mas por enquanto liderando na raia 4 a prova de melhor portal brasileiro para se acompanhar a Olimpíada está o G1.
Mas por enquanto liderando na raia 4 a prova de melhor portal brasileiro para se acompanhar a Olimpíada está o G1.
domingo, 17 de agosto de 2008
Phelps
sábado, 16 de agosto de 2008
A Dúvida De Sempre
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Alguém Me Explica
Se César Cielo nadou 50m em 21.30 - recorde olímpico - isso significa que ele nada mais de um metro por segundo !!!
Meu Deus, onde esses meninos velozes vão parar ?
E não é o máximo a primeira medalha de ouro da natação brasileira ?
Meu Deus, onde esses meninos velozes vão parar ?
E não é o máximo a primeira medalha de ouro da natação brasileira ?
Internauta É Mesmo Um Bobo ...
O Grupo Folha lançou ontem um e-mail gratuito de 4G.
...@folha.com.br
E lá fui eu, claro, no primeiro dia, tentar o mais difícil.
Conseguir o domínio guta só pra mim.
Vocês não imaginam a quantidade de gutas que há por aí.
É guta até dizer chega.
Meu primeiro e-mail foi guta@stones.com.br
O único provedor em que eu consegui ser guta @ alguma coisa.
De resto, cheguei atrasada em todos os provedores.
No hotmail, no gmail (e olha que eu fui beta tester hein), no uol.
No Orkut cheguei ao cúmulo de ter uma homônima, guta nascimento.
Pois no folha decidi pedalar.
Mal abriu e eu fui lá garantir meu guta.
Consegui.
Sou guta@folha.com.br
...@folha.com.br
E lá fui eu, claro, no primeiro dia, tentar o mais difícil.
Conseguir o domínio guta só pra mim.
Vocês não imaginam a quantidade de gutas que há por aí.
É guta até dizer chega.
Meu primeiro e-mail foi guta@stones.com.br
O único provedor em que eu consegui ser guta @ alguma coisa.
De resto, cheguei atrasada em todos os provedores.
No hotmail, no gmail (e olha que eu fui beta tester hein), no uol.
No Orkut cheguei ao cúmulo de ter uma homônima, guta nascimento.
Pois no folha decidi pedalar.
Mal abriu e eu fui lá garantir meu guta.
Consegui.
Sou guta@folha.com.br
Dá-lhe Macarrão !
Docs
Do Rio de Janeiro Marcelo de Paula envia uma foto do lançamento do documentário Alerta Verde, terça passada, no Sacadura.
Mais ou menos umas 100 pessoas assistiram à estréia.
O filme, um curta que acompanha duas expedições, uma ao Parque Nacional da Amazônia, a outra à Cordilheira dos Andes, está participando de cinco festivais.
FestCine Amazônia -13ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico
Goiânia Mostra Curtas
Janela Internacional do Cinema do Recife
II Mostra Amazônica do Filme Etnográfico
2ª Mostra do Filme Ambiental e Etnográfico de Rio das Ostras
O fotógrafo é o Pedro Campos.
Ao Marcelo e ao Pedro, boa sorte !
Mais ou menos umas 100 pessoas assistiram à estréia.
O filme, um curta que acompanha duas expedições, uma ao Parque Nacional da Amazônia, a outra à Cordilheira dos Andes, está participando de cinco festivais.
FestCine Amazônia -13ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico
Goiânia Mostra Curtas
Janela Internacional do Cinema do Recife
II Mostra Amazônica do Filme Etnográfico
2ª Mostra do Filme Ambiental e Etnográfico de Rio das Ostras
O fotógrafo é o Pedro Campos.
Ao Marcelo e ao Pedro, boa sorte !
Por Mais Distante Que ...
Essa imagem aí ao lado linda e ao mesmo tempo confusa é nada mais nada menos do que um eclipse solar sobre o Ártico.
Foi tirada pelo Terra - um satélite da Nasa.
Lá ia o Terra ao redor do topo do globo - tranquilamente em seu caminho da pontinha leste da Sibéria, atravessando o Oceano Ártico em direção ao nordeste da Noruega e ao noroeste da Rússia [sim, satélites fazem caminhos muitíssimos precisos] - quando capturou esta visão única de um eclipse solar total.
O do primeiro dia de agosto.
Durante dois minutos o sol ficou completamente obscurecido.
Conforme a Terra - o planeta e não o satélite - ia girando, a sombra se movia em direção ao sudeste da superfície da região.
Ao mesmo tempo lá ia o Terra - o satélite - que confusão - cruzando o Ártico numa posição perpendicular ao eclipse.
Para ampliar a imagem clique na foto.
Vale a pena.
Foi tirada pelo Terra - um satélite da Nasa.
Lá ia o Terra ao redor do topo do globo - tranquilamente em seu caminho da pontinha leste da Sibéria, atravessando o Oceano Ártico em direção ao nordeste da Noruega e ao noroeste da Rússia [sim, satélites fazem caminhos muitíssimos precisos] - quando capturou esta visão única de um eclipse solar total.
O do primeiro dia de agosto.
Durante dois minutos o sol ficou completamente obscurecido.
Conforme a Terra - o planeta e não o satélite - ia girando, a sombra se movia em direção ao sudeste da superfície da região.
Ao mesmo tempo lá ia o Terra - o satélite - que confusão - cruzando o Ártico numa posição perpendicular ao eclipse.
Para ampliar a imagem clique na foto.
Vale a pena.
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Os Anéis Mais Bonitos Do Mundo
Um Repórter Na China
Quem se interessa pela China não pode perder as aventuras de Sérgio Utsch na Olimpíada.
Sérgio, além de amigo e excelente repórter, é o piloto do Argumento, blog em que neste momento posta suas impressões sobre Beijing.
Meu post favorito até agora é o "O Sucesso do Nestor".
Não deixe de ler.
Até porque conheço o Nestor.
E já posso vê-lo sorridente pela China.
Pedi ao Sérgio um texto especial para o Migrante.
E lá do outro lado do mundo, 11 horas à nossa frente, ele mandou este relato.
Sempre li muita coisa sobre a ditadura militar do Brasil e sempre me frustrei quando meus pais, que viveram esta época na calmaria das montanhas de Minas, pouco sabiam me dizer da dita "repressão".
Adolescente, já me imaginava jornalista, mas nunca aqui na China, tendo minha curiosidade saciada com o "modus operandi" oriental.
Logo que cheguei aqui, para a cobertura dos Jogos Olímpicos, já estranhei a burocracia em tudo o que envolvia a polícia.
No aeroporto, eu e a equipe que trabalha comigo tivemos que apresentar o mesmo documento para cinco policiais diferentes, num espaço de menos de cem metros !
Seguimos as orientações e nos apresentamos na delegacia do bairro onde estamos hospedados.
Precisávamos fazer o registro de chegada, necessário pra todo estrangeiro e também pra todo chinês que não é da capital.
Mas o capítulo mais picante dessa minha história com os homens de uniformes azuis ainda estava pra ser escrito.
Eles nos visitaram duas vezes no apartamento onde estamos morando.
Na primeira, não estávamos.
Por isso, tivemos que fazer uma nova visita à delegacia.
A segunda visita foi numa daquelas circunstâncias em que nós lembramos de todos os conselhos que recebemos, aqueles que sempre achamos exagerados.
Eu estava baixando algumas fotos da internet para o meu micro. E
ram imagens de uma campanha que a Anistia Internacional havia desistido de levar adiante, uma campanha em que eles usavam temas e esportes olímpicos pra lembrar as inúmeras denúncias de torturas e outros casos de desrespeito aos direitos humanos pelo governo chinês.
Baixei uma foto, tomei água, respondi emails e a página estava lá aberta, esperando novos comandos.
Quando eles vieram e eu terminei de baixar a última foto, que simulava uma luta de boxe com um monge budista tibetano sendo espancado, a campainha tocou.
Pode ter sido coincidência, uma grande coincidência.
Mas o que me intriga é que também pode não ter sido.
Três policiais chineses chegaram armados.
Um tinha uma câmera, o segundo, uma prancheta e o terceiro, um olhar amedrontador.
Não perguntaram sobre as fotos.
Num inglês sofrível e quase incompreensível, pediram passaportes, visto de entrada, registro na polícia, tiraram minhas fotos, perguntaram o que eu fazia, de onde vinha e outros questões de pouco importância.
Não sei se estou sendo monitorado.
Não sei se o frio que senti na barriga quando os policiais entraram no apartamento e eu pedi ao meu amigo em português que desligasse rapidamente o meu computador faz, realmente, sentido.
Pena que não posso perguntar aos meus pais se eles já sentiram isso um dia.
Por Sérgio Utsch
Sérgio, além de amigo e excelente repórter, é o piloto do Argumento, blog em que neste momento posta suas impressões sobre Beijing.
Meu post favorito até agora é o "O Sucesso do Nestor".
Não deixe de ler.
Até porque conheço o Nestor.
E já posso vê-lo sorridente pela China.
Pedi ao Sérgio um texto especial para o Migrante.
E lá do outro lado do mundo, 11 horas à nossa frente, ele mandou este relato.
Sempre li muita coisa sobre a ditadura militar do Brasil e sempre me frustrei quando meus pais, que viveram esta época na calmaria das montanhas de Minas, pouco sabiam me dizer da dita "repressão".
Adolescente, já me imaginava jornalista, mas nunca aqui na China, tendo minha curiosidade saciada com o "modus operandi" oriental.
Logo que cheguei aqui, para a cobertura dos Jogos Olímpicos, já estranhei a burocracia em tudo o que envolvia a polícia.
No aeroporto, eu e a equipe que trabalha comigo tivemos que apresentar o mesmo documento para cinco policiais diferentes, num espaço de menos de cem metros !
Seguimos as orientações e nos apresentamos na delegacia do bairro onde estamos hospedados.
Precisávamos fazer o registro de chegada, necessário pra todo estrangeiro e também pra todo chinês que não é da capital.
Mas o capítulo mais picante dessa minha história com os homens de uniformes azuis ainda estava pra ser escrito.
Eles nos visitaram duas vezes no apartamento onde estamos morando.
Na primeira, não estávamos.
Por isso, tivemos que fazer uma nova visita à delegacia.
A segunda visita foi numa daquelas circunstâncias em que nós lembramos de todos os conselhos que recebemos, aqueles que sempre achamos exagerados.
Eu estava baixando algumas fotos da internet para o meu micro. E
ram imagens de uma campanha que a Anistia Internacional havia desistido de levar adiante, uma campanha em que eles usavam temas e esportes olímpicos pra lembrar as inúmeras denúncias de torturas e outros casos de desrespeito aos direitos humanos pelo governo chinês.
Baixei uma foto, tomei água, respondi emails e a página estava lá aberta, esperando novos comandos.
Quando eles vieram e eu terminei de baixar a última foto, que simulava uma luta de boxe com um monge budista tibetano sendo espancado, a campainha tocou.
Pode ter sido coincidência, uma grande coincidência.
Mas o que me intriga é que também pode não ter sido.
Três policiais chineses chegaram armados.
Um tinha uma câmera, o segundo, uma prancheta e o terceiro, um olhar amedrontador.
Não perguntaram sobre as fotos.
Num inglês sofrível e quase incompreensível, pediram passaportes, visto de entrada, registro na polícia, tiraram minhas fotos, perguntaram o que eu fazia, de onde vinha e outros questões de pouco importância.
Não sei se estou sendo monitorado.
Não sei se o frio que senti na barriga quando os policiais entraram no apartamento e eu pedi ao meu amigo em português que desligasse rapidamente o meu computador faz, realmente, sentido.
Pena que não posso perguntar aos meus pais se eles já sentiram isso um dia.
Por Sérgio Utsch
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Os Tic Tacs Da Dani
Alguém aí já parou para contar quantos Tic Tacs a Danielle Hypólito está usando no cabelo nessa final ?
Uma graça !
Uma graça !
Será O Fim ?
Meu Deus.
Quanta coisa ao mesmo tempo.
Como é que a gente vai conseguir dormir esta noite ?
Phelps entrando para a história.
Nossas pequenas gurias queridas da ginástica olímpica emocionando !
E lá na Geórgia, onde também já é quarta-feira de manhã, os presidentes da Rússia e da Geórgia estão se acertando após 5 dias de Guerra.
Medvedev disse na terça de manhã que a Rússia ia parar com os ataques.
Não parou.
Mas às duas da manhã de quarta-feira os dois presidentes prometeram retirar as tropas dos lugares onde se encontram.
Tudo com a ajuda do Sarkozy que levou o documento de Moscou à Tbilisi.
Nunca torci tanto para o marido da Carla Bruni !
Quanta coisa ao mesmo tempo.
Como é que a gente vai conseguir dormir esta noite ?
Phelps entrando para a história.
Nossas pequenas gurias queridas da ginástica olímpica emocionando !
E lá na Geórgia, onde também já é quarta-feira de manhã, os presidentes da Rússia e da Geórgia estão se acertando após 5 dias de Guerra.
Medvedev disse na terça de manhã que a Rússia ia parar com os ataques.
Não parou.
Mas às duas da manhã de quarta-feira os dois presidentes prometeram retirar as tropas dos lugares onde se encontram.
Tudo com a ajuda do Sarkozy que levou o documento de Moscou à Tbilisi.
Nunca torci tanto para o marido da Carla Bruni !
E Agora Vou Sofrer Pela Jade
E as nossas meninas fofas !
Danielle Hypólito nas paralelas !
E a fofa da Laís.
Com a mão machucada.
Sou muito fã dessas gurias.
I luv Daiane.
14.625 pra Daniele.
Agora vai a Laís !
Tô parecendo tia velha.
Olho pra Laís e falo,
"Nossa como a Laizinha cresceu do Pan pra cá !"
Phelps e as nossas gurias incríveis ao mesmo tempo.
É muita torcida pra um só coraçãozinho.
Ai, agora é a Jade.
Lindaaa !
Tá sofrendo tadinha esperando a nota !
Torce as mãozinhas calejadas e os dedos sempre doloridos.
Tá ansiosa.
E a nota não sai.
Como é dura a vida dessas meninas.
Danielle Hypólito nas paralelas !
E a fofa da Laís.
Com a mão machucada.
Sou muito fã dessas gurias.
I luv Daiane.
14.625 pra Daniele.
Agora vai a Laís !
Tô parecendo tia velha.
Olho pra Laís e falo,
"Nossa como a Laizinha cresceu do Pan pra cá !"
Phelps e as nossas gurias incríveis ao mesmo tempo.
É muita torcida pra um só coraçãozinho.
Ai, agora é a Jade.
Lindaaa !
Tá sofrendo tadinha esperando a nota !
Torce as mãozinhas calejadas e os dedos sempre doloridos.
Tá ansiosa.
E a nota não sai.
Como é dura a vida dessas meninas.
Phelps !
Acho que estou vendo Michael Phelps ganhar sua quinta medalha de ouro !!!
Faltam 200 metros !
Pheeeelps !!!!
Faltam 200 metros !
Pheeeelps !!!!
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
domingo, 10 de agosto de 2008
Quanto Vale Uma Vida ?
Tropas russas entraram neste domingo à noite na Georgia.
Depois de três dias de bombardeio, os ataques agora serão por terra também.
Trinta mil pessoas já fugiram das cidades.
Entre as trinta mil histórias, as cenas de sempre em todas as guerras.
A família que ouviu as bombas caírem nos vizinhos e se jogou dentro do carro sem tempo para pegar nada.
A mulher, de 29 anos, que viu uma bomba cair em sua casa e matar seu pai.
Enterrou-o no lugar onde sempre fora sua casa e fugiu com o que tinha nas mãos.
As guerras existem desde sempre.
E, sinceramente, acho que sempre existirão.
Mas que a repetição não nos deixe de todo insensíveis.
Para cada declaração dada por seus líderes e para cada análise complexíssima dos cientistas políticos temos vidas em sofrimento.
Corpos caídos no chão.
Depois de três dias de bombardeio, os ataques agora serão por terra também.
Trinta mil pessoas já fugiram das cidades.
Entre as trinta mil histórias, as cenas de sempre em todas as guerras.
A família que ouviu as bombas caírem nos vizinhos e se jogou dentro do carro sem tempo para pegar nada.
A mulher, de 29 anos, que viu uma bomba cair em sua casa e matar seu pai.
Enterrou-o no lugar onde sempre fora sua casa e fugiu com o que tinha nas mãos.
As guerras existem desde sempre.
E, sinceramente, acho que sempre existirão.
Mas que a repetição não nos deixe de todo insensíveis.
Para cada declaração dada por seus líderes e para cada análise complexíssima dos cientistas políticos temos vidas em sofrimento.
Corpos caídos no chão.
O Menino Sem Nenhum Talento
A melhor reportagem sobre a Olimpíada da China na edição de hoje do The New York Times está na seção dos pais, a parenting.
Uma longa matéria com Deborah Phelps.
A mãe de Michael Phelps.
O rapaz aí na capa da Time.
Michael é o terceiro e único filho de Deborah.
Já nasceu maior que o mundo.
Com mais de 4,2 kg e quase 59 centímetros.
Quando era criança, contou Deborah ao NYT, Michael fazia 25 zilhões de perguntas, sempre querendo ser o centro das atenções.
Adorava pedalar loucamente em seu triciclo de grandes rodas.
Já na pré-escola os professores reclamavam.
Michael não conseguia ficar quieto na hora de todo mundo ficar quieto.
Michael não sentava na hora de todo mundo sentar em círculo.
Michael vivia cutucando as outras crianças.
Michael estava sempre de ti-ti-ti chamando a atenção dos coleguinhas.
Seus professores eram taxativos.
Comportamento imaturo.
Desde o jardim-de-infância era isso.
Professores reclamando.
Michael não senta quieto.
Michael não cala a boca.
Michael não consegue prestar atenção em nada.
Não era fácil para a Senhora Phelps ouvir isso todo santo dia.
Ainda mais sendo ela mesma uma professora por 22 anos.
A família havia acabado de se mudar e ela achava que Michael podia estar irritado porque as aulas que ele tinha na nova escola eram muito parecidas com as que ele já havia tido na escola anterior.
Deborah chegou a ter o seguinte diálogo com uma professora:
"Talvez ele esteja entediado."
A professora não mediu as palavras.
"Ah, ele não tem talento."
A mãe retrucou.
"Não foi isso que eu disse."
Para não bater mais boca com a professora Deborah apenas perguntou:
"E o que você vai fazer para ajudá-lo ?"
No ensino elementar Michael só ia bem nas aulas de que gostava.
Ginástica e aulas práticas, como as de experiências no laboratório de ciência.
Ele até lia mas não era muito fã.
Na tentativa de fazê-lo ler qualquer coisa a mãe dava a ele as páginas de esporte do jornal local.
Nem que fosse para ele ver as fotos e ler as legendas.
Qualquer coisa já estava bom.
Um dia a Senhora Phelps ouviu de uma professora.
"Seu filho jamais será capaz de se concentrar em alguma coisa".
A vida dos Phelps não era lá muito feliz nessa época.
Deborah estava se separando do pai de Michael.
Tinha voltado a estudar para conseguir um diploma de administradora e, ao mesmo tempo, tinha que ser mãe integral de três crianças.
Enquanto isso Michael ia crescendo meio esquisito.
Suas orelhas eram enormes.
E quando ele corria os braços balançavam abaixo dos joelhos.
As crianças zombavam dele.
E no dia em que ele meteu a mão em um engraçadinho desses no ônibus foi suspenso do transporte escolar por vários dias.
Quando Michael estava na quinta série, durante o check-up anual, a Senhora Phelps e o médico da família discutiram se o menino não sofria de TDA/H - Transtorno do Déficit de Atenção / Hiperatividade.
Nesta época os Phelps já eram uma família de nadadores.
Aos 15 anos, a irmã mais velha de Michael, Whitney, foi a melhor nadadora do país nos 200 metros de nado borboleta.
Mas sua carreira foi encerrada após um ferimento na coluna.
Os filhos do médico de Michael também nadavam e o doutor já havia percebido o comportamento do garoto nas provas de natação das irmãs.
Michael corria de lá pra cá feito um louco derrubando a comida das pessoas.
O médico, então, pediu uma avaliação dos professores.
Consenso.
Ele não consegue ficar parado.
Não consegue ficar calado.
Não consegue se concentrar.
Aos 9 anos, Michael passou a tomar Ritalin, um medicamento estimulante para tratar a hiperatividade.
A mãe acha que ajudou um pouco.
O menino pareceu ficar concentrado mais tempo.
Começou a fazer o dever-de-casa sem ficar se levantando o tempo todo.
Ainda era um aluno mediano.
Passou de alguns Cs para Bs.
Mas dois anos depois Michael pediu para não mais tomar o remédio.
Se sentia estigmatizado.
Todo dia na hora do almoço tinha que ir à enfermaria da escola receber a dose do medicamento.
Um dia, do nada, disse:
"Mãe, eu não quero mais fazer isso.
Meus amigos não fazem.
Eu consigo lidar com isso sozinho."
Como mãe Deborah Phelps sempre foi severa mas também sempre incluiu a opinião dos filhos nas decisões.
"Por isso, eu o ouvi." diz ela.
Consultou o médico e decidiu suspender o Ritalin.
Nesse meio tempo surgiu Michael, o nadador.
Aos 10 anos ele já fazia parte do ranking nacional da sua idade.
A mãe, então, observava o garoto que não conseguia parar quieto na escola durante quatro horas esperar pacientemente para nadar cinco minutos nas provas.
Aos 11 anos, seu treinador no clube da cidade, Bow Bowman - técnico dele até hoje - chamou a família num canto e disse.
"Em 2000 Michael estará nas eliminatórias da Olimpíada.
Em 2004 ele estará na Olimpíada.
Em 2008 ele vai quebrar recordes mundiais.
Em 2012 a Olimpíada será em Nova Iorque e ..."
"Chega, Bob," disse a Senhora Phelps, "ele tem o-n-z-e anos de idade e ainda está na escola."
Bem, conforme se viu, Michael andou quatro anos mais rápido do que a previsão do técnico - e Nova Iorque acabou perdendo a eleição para sediar a Olimpíada.
Enquanto Bob Bowman profetizava o talento do garoto, na escola Michael continuava a dar trabalho.
Aos 12 anos precisava de professor particular de matemática e continuava inquieto nas aulas.
Mesmo assim todo dia acordava às seis e meia da manhã para treinar uma hora e meia.
E nadava de duas a três horas toda santa tarde.
E assim lá se foi o garoto problemático entrando para a História.
Aos 15 anos, em 2000, Michael Phelps já estava na Olimpíada.
Aos 16, quebrou seu primeiro recorde mundial.
E aos 19, nos Jogos Olímpicos de Atenas, ganhou 8 medalhas.
SEIS de ouro.
De todos os seus talentos o que mais impressiona a mãe até hoje é a mente.
"A mente de Michael é como um relógio.
Ele pode nadar os 200 metros borboleta sabendo que precisa fazer os primeiros 50 metros em 24.6 segundos para quebrar o recorde.
E ele é capaz de botar esse tempo na cabeça e fazer o corpo nadar o trecho em exatos 24.6 segundos."
Michael - o garoto que nunca foi bem nos deveres-de-casa - na natação sempre fez muito bem o dever-de-casa.
No ginásio a escola enviava para ele as fitas gravadas com suas competições internacionais.
E Michael pedia à mãe para jantar em frente à TV para assistir às fitas.
"Nós sentávamos e ele analisava as provas," conta Deborah.
"Olha, ali foi quando eu levantei a cabeça," criticava ele.
"Eu nem conseguia perceber do que ele estava falando," diz a mãe.
"E ele assistia de novo e de novo."
Hoje em dia, Deborah Phelps, 57 anos, é diretora de uma escola em Baltimore.
O filho TDA/H é tão admirado que este ano ela foi contratada por um laboratório farmacêutico como mãe-celebridade para responder perguntas sobre sua experiência com o transtorno de Michael num site patrocinado pela companhia.
Como muitos pais, ela sofreu e até hoje tem dúvidas sobre ter dado Ritalin ao filho.
"Eram tantas coisas ao mesmo tempo - o divórcio, o crescimento dele, a mudança de escola."
E num arroubo de honestidade ela mesma faz a pergunta.
"Será que o remédio foi a coisa certa ?
Eu poderia estar certa ou errada.
Mas foi a decisão que tomei."
É.
Os Phelps são mesmo especiais.
Para o repórter do NYT a moral da história é que ... a história de Deborah dá esperança aos pais de qualquer criança com algum transtorno como o TDA/H.
Enquanto todos os adultos só viram o que o filho da Senhora Phelps não conseguia fazer, esta semana o mundo vai assistir ao que o menino-problema pode fazer.
Para ler a reportagem original do NYT clique aqui.
Uma longa matéria com Deborah Phelps.
A mãe de Michael Phelps.
O rapaz aí na capa da Time.
Michael é o terceiro e único filho de Deborah.
Já nasceu maior que o mundo.
Com mais de 4,2 kg e quase 59 centímetros.
Quando era criança, contou Deborah ao NYT, Michael fazia 25 zilhões de perguntas, sempre querendo ser o centro das atenções.
Adorava pedalar loucamente em seu triciclo de grandes rodas.
Já na pré-escola os professores reclamavam.
Michael não conseguia ficar quieto na hora de todo mundo ficar quieto.
Michael não sentava na hora de todo mundo sentar em círculo.
Michael vivia cutucando as outras crianças.
Michael estava sempre de ti-ti-ti chamando a atenção dos coleguinhas.
Seus professores eram taxativos.
Comportamento imaturo.
Desde o jardim-de-infância era isso.
Professores reclamando.
Michael não senta quieto.
Michael não cala a boca.
Michael não consegue prestar atenção em nada.
Não era fácil para a Senhora Phelps ouvir isso todo santo dia.
Ainda mais sendo ela mesma uma professora por 22 anos.
A família havia acabado de se mudar e ela achava que Michael podia estar irritado porque as aulas que ele tinha na nova escola eram muito parecidas com as que ele já havia tido na escola anterior.
Deborah chegou a ter o seguinte diálogo com uma professora:
"Talvez ele esteja entediado."
A professora não mediu as palavras.
"Ah, ele não tem talento."
A mãe retrucou.
"Não foi isso que eu disse."
Para não bater mais boca com a professora Deborah apenas perguntou:
"E o que você vai fazer para ajudá-lo ?"
No ensino elementar Michael só ia bem nas aulas de que gostava.
Ginástica e aulas práticas, como as de experiências no laboratório de ciência.
Ele até lia mas não era muito fã.
Na tentativa de fazê-lo ler qualquer coisa a mãe dava a ele as páginas de esporte do jornal local.
Nem que fosse para ele ver as fotos e ler as legendas.
Qualquer coisa já estava bom.
Um dia a Senhora Phelps ouviu de uma professora.
"Seu filho jamais será capaz de se concentrar em alguma coisa".
A vida dos Phelps não era lá muito feliz nessa época.
Deborah estava se separando do pai de Michael.
Tinha voltado a estudar para conseguir um diploma de administradora e, ao mesmo tempo, tinha que ser mãe integral de três crianças.
Enquanto isso Michael ia crescendo meio esquisito.
Suas orelhas eram enormes.
E quando ele corria os braços balançavam abaixo dos joelhos.
As crianças zombavam dele.
E no dia em que ele meteu a mão em um engraçadinho desses no ônibus foi suspenso do transporte escolar por vários dias.
Quando Michael estava na quinta série, durante o check-up anual, a Senhora Phelps e o médico da família discutiram se o menino não sofria de TDA/H - Transtorno do Déficit de Atenção / Hiperatividade.
Nesta época os Phelps já eram uma família de nadadores.
Aos 15 anos, a irmã mais velha de Michael, Whitney, foi a melhor nadadora do país nos 200 metros de nado borboleta.
Mas sua carreira foi encerrada após um ferimento na coluna.
Os filhos do médico de Michael também nadavam e o doutor já havia percebido o comportamento do garoto nas provas de natação das irmãs.
Michael corria de lá pra cá feito um louco derrubando a comida das pessoas.
O médico, então, pediu uma avaliação dos professores.
Consenso.
Ele não consegue ficar parado.
Não consegue ficar calado.
Não consegue se concentrar.
Aos 9 anos, Michael passou a tomar Ritalin, um medicamento estimulante para tratar a hiperatividade.
A mãe acha que ajudou um pouco.
O menino pareceu ficar concentrado mais tempo.
Começou a fazer o dever-de-casa sem ficar se levantando o tempo todo.
Ainda era um aluno mediano.
Passou de alguns Cs para Bs.
Mas dois anos depois Michael pediu para não mais tomar o remédio.
Se sentia estigmatizado.
Todo dia na hora do almoço tinha que ir à enfermaria da escola receber a dose do medicamento.
Um dia, do nada, disse:
"Mãe, eu não quero mais fazer isso.
Meus amigos não fazem.
Eu consigo lidar com isso sozinho."
Como mãe Deborah Phelps sempre foi severa mas também sempre incluiu a opinião dos filhos nas decisões.
"Por isso, eu o ouvi." diz ela.
Consultou o médico e decidiu suspender o Ritalin.
Nesse meio tempo surgiu Michael, o nadador.
Aos 10 anos ele já fazia parte do ranking nacional da sua idade.
A mãe, então, observava o garoto que não conseguia parar quieto na escola durante quatro horas esperar pacientemente para nadar cinco minutos nas provas.
Aos 11 anos, seu treinador no clube da cidade, Bow Bowman - técnico dele até hoje - chamou a família num canto e disse.
"Em 2000 Michael estará nas eliminatórias da Olimpíada.
Em 2004 ele estará na Olimpíada.
Em 2008 ele vai quebrar recordes mundiais.
Em 2012 a Olimpíada será em Nova Iorque e ..."
"Chega, Bob," disse a Senhora Phelps, "ele tem o-n-z-e anos de idade e ainda está na escola."
Bem, conforme se viu, Michael andou quatro anos mais rápido do que a previsão do técnico - e Nova Iorque acabou perdendo a eleição para sediar a Olimpíada.
Enquanto Bob Bowman profetizava o talento do garoto, na escola Michael continuava a dar trabalho.
Aos 12 anos precisava de professor particular de matemática e continuava inquieto nas aulas.
Mesmo assim todo dia acordava às seis e meia da manhã para treinar uma hora e meia.
E nadava de duas a três horas toda santa tarde.
E assim lá se foi o garoto problemático entrando para a História.
Aos 15 anos, em 2000, Michael Phelps já estava na Olimpíada.
Aos 16, quebrou seu primeiro recorde mundial.
E aos 19, nos Jogos Olímpicos de Atenas, ganhou 8 medalhas.
SEIS de ouro.
De todos os seus talentos o que mais impressiona a mãe até hoje é a mente.
"A mente de Michael é como um relógio.
Ele pode nadar os 200 metros borboleta sabendo que precisa fazer os primeiros 50 metros em 24.6 segundos para quebrar o recorde.
E ele é capaz de botar esse tempo na cabeça e fazer o corpo nadar o trecho em exatos 24.6 segundos."
Michael - o garoto que nunca foi bem nos deveres-de-casa - na natação sempre fez muito bem o dever-de-casa.
No ginásio a escola enviava para ele as fitas gravadas com suas competições internacionais.
E Michael pedia à mãe para jantar em frente à TV para assistir às fitas.
"Nós sentávamos e ele analisava as provas," conta Deborah.
"Olha, ali foi quando eu levantei a cabeça," criticava ele.
"Eu nem conseguia perceber do que ele estava falando," diz a mãe.
"E ele assistia de novo e de novo."
Hoje em dia, Deborah Phelps, 57 anos, é diretora de uma escola em Baltimore.
O filho TDA/H é tão admirado que este ano ela foi contratada por um laboratório farmacêutico como mãe-celebridade para responder perguntas sobre sua experiência com o transtorno de Michael num site patrocinado pela companhia.
Como muitos pais, ela sofreu e até hoje tem dúvidas sobre ter dado Ritalin ao filho.
"Eram tantas coisas ao mesmo tempo - o divórcio, o crescimento dele, a mudança de escola."
E num arroubo de honestidade ela mesma faz a pergunta.
"Será que o remédio foi a coisa certa ?
Eu poderia estar certa ou errada.
Mas foi a decisão que tomei."
É.
Os Phelps são mesmo especiais.
Para o repórter do NYT a moral da história é que ... a história de Deborah dá esperança aos pais de qualquer criança com algum transtorno como o TDA/H.
Enquanto todos os adultos só viram o que o filho da Senhora Phelps não conseguia fazer, esta semana o mundo vai assistir ao que o menino-problema pode fazer.
Para ler a reportagem original do NYT clique aqui.
E Sem O Robin ...
Pelo quarto fim-de-semana seguinte O Cavaleiro das Trevas foi o filme mais assistido nos cinemas nos EUA.
O domingo nem acabou mas Hollywood já sabe que o Homem-Morcego vai faturar 26 milhões de dólares neste finde.
Com US$ 441.5 milhões arrecadados em 24 dias, o Batman de Christopher Nolan já é o terceiro filme que mais rendeu na história do cinema americano.
Só perde para Guerra Nas Estrelas, de 77, com 401 milhões de dólares, e Titanic, de 97, que fechou a bilheteria de lá com quase 601 milhões de dólares.
Como só faltam míseros US$ 20 milhões para botar medalha de bronze em Luke Skywalker, é provável que no próximo fim-de-semana O Cavaleiro já seja a segunda melhor bilheteria de todos os tempos.
Bater Titanic, como já disse aqui, é outra história.
O domingo nem acabou mas Hollywood já sabe que o Homem-Morcego vai faturar 26 milhões de dólares neste finde.
Com US$ 441.5 milhões arrecadados em 24 dias, o Batman de Christopher Nolan já é o terceiro filme que mais rendeu na história do cinema americano.
Só perde para Guerra Nas Estrelas, de 77, com 401 milhões de dólares, e Titanic, de 97, que fechou a bilheteria de lá com quase 601 milhões de dólares.
Como só faltam míseros US$ 20 milhões para botar medalha de bronze em Luke Skywalker, é provável que no próximo fim-de-semana O Cavaleiro já seja a segunda melhor bilheteria de todos os tempos.
Bater Titanic, como já disse aqui, é outra história.
Ainda Paris
Mais uma das fotos que o Migrante ganhou de presente da globetrotter Sofia Pilagallo.
Que aos 13 anos de idade já tem Paris no coração.
Que aos 13 anos de idade já tem Paris no coração.
Wayn.Com
Ok.
Finalmente aderi ao Wayn.com.
Não consegui logar todas as cidades de algumas viagens:
Canadá, Albânia, França, Quênia, México, Nepal, Nova Zelândia, Escócia, África do Sul, Tailândia, EUA e Venezuela.
Sem falar no Brasil.
Mas com o que consegui mapear já deu pra saber.
Conheço pelo menos 12% de todas as cidades do mundo !
Finalmente aderi ao Wayn.com.
Não consegui logar todas as cidades de algumas viagens:
Canadá, Albânia, França, Quênia, México, Nepal, Nova Zelândia, Escócia, África do Sul, Tailândia, EUA e Venezuela.
Sem falar no Brasil.
Mas com o que consegui mapear já deu pra saber.
Conheço pelo menos 12% de todas as cidades do mundo !
O Pódio Mais Bonito
Elas são amigas.
Uma ganhou bronze.
A outra prata.
Natália Paderina, à esquerda, é russa.
Nino Salukvadze é da Geórgia.
Até às três da manhã do domingo chinês Nino não sabia se iria competir.
Com o país em guerra - dois mil mortos em quatro dias - os atletas da Geórgia ainda estavam em dúvida se continuavam ou não na Olimpíada.
Na madrugada, o pedido do presidente.
Continuem.
E lá foi Nino ganhar a medalha de bronze.
Elas competiram na prova de tiro [pistola de ar, 10 metros].
E mesmo com tanta dor e tantos mortos ao chão não hesitaram.
Fizeram questão de mostrar ao mundo um gesto de conciliação.
Trocaram sorrisos, cumprimentos e beijos.
As duas amigas sorrindo abraçadas no pódio é até agora a imagem mais bonita desta Olimpíada.
Uma ganhou bronze.
A outra prata.
Natália Paderina, à esquerda, é russa.
Nino Salukvadze é da Geórgia.
Até às três da manhã do domingo chinês Nino não sabia se iria competir.
Com o país em guerra - dois mil mortos em quatro dias - os atletas da Geórgia ainda estavam em dúvida se continuavam ou não na Olimpíada.
Na madrugada, o pedido do presidente.
Continuem.
E lá foi Nino ganhar a medalha de bronze.
Elas competiram na prova de tiro [pistola de ar, 10 metros].
E mesmo com tanta dor e tantos mortos ao chão não hesitaram.
Fizeram questão de mostrar ao mundo um gesto de conciliação.
Trocaram sorrisos, cumprimentos e beijos.
As duas amigas sorrindo abraçadas no pódio é até agora a imagem mais bonita desta Olimpíada.
Teste Das Cores
Recebi do Denis Kandle.
É um daqueles testes psicológicos.
Através das cores.
Pelas preferências e rejeições às cores, ele dá informações sobre a personalidade da pessoa naquele momento.
O curioso é que ele é extremamente crítico.
É engraçado.
Para saber como anda seu mood neste finde clique aqui
.
É um daqueles testes psicológicos.
Através das cores.
Pelas preferências e rejeições às cores, ele dá informações sobre a personalidade da pessoa naquele momento.
O curioso é que ele é extremamente crítico.
É engraçado.
Para saber como anda seu mood neste finde clique aqui
.
sábado, 9 de agosto de 2008
A Primeira Vez De Marcelo De Paula
Ele cobriu a Guerra da Iugoslávia.
Tem na bagagem duas travessias oceânicas.
Uma no Navio Veleiro Cisne Branco da Marinha do Brasil.
A outra num veleiro de 50 pés na Regata Comemorativa aos 500 Anos do Brasil.
Viveu seis meses com os índios Carajás.
Em expedições, conheceu a Cordilheira dos Andes e a Terra do Fogo.
No Brasil conhece como poucos a Amazônia, o Parque Nacional do Iguaçu e Fernando de Noronha.
Ou seja.
Onde há uma paisagem remota ou de beleza infinita ou de culturas distintas, lá está ele.
Marcelo de Paula.
Um jornalista que nasceu para documentar o mundo em texto e imagem.
... PRIMEIRA VEZ NA INTERNET ...
... foi incrível ... em 98, eu realizava uma exposição fotográfica no Rio para lançar meu primeiro documentário sobre o Parque Nacional do Iguaçu, quando fui surpreendidamente chamado para cobrir a Guerra da Iugoslávia por iugoslavos que residiam no Brasil e eram ligados a Tanjug, a agência de notícias oficial da Iugoslávia ... na antítese das belezas naturais e da destruição, lá fui eu! voei do Brasil para a Rússia e depois fui de carro de Moscou para Belgrado, por não haver teto para pousar devido aos bombardeios da OTAN na região ... a idéia do convite era levar um jornalista brasileiro para escrever sobre uma ótica diferente das reportagens feitas pelas agências de notícias dos países que cobriam a guerra e bombardeavam a Iugoslávia: CNN, BBC, Press, AFP e outras ligadas aos membros da OTAN ... me associei para a publicação de fotos, textos e imagens junto à Revista de Domingo do Jornal do Brasil, Fantástico, a própria Tanjug e demais órgãos da mídia ... eu era uma sardinha independente no meio dos tubarões ... a tecnologia dessas agências para a cobertura da guerra era espantosa ... imagens, fotos e textos, tudo já era passado pela internet de forma instantânea ... por incrível que pareça, o fato de ser brasileiro, país que não estava participando daquela guerra, facilitou em muito o meu trabalho de acesso aos campos de batalha ... a Tanjug era a única a poder ficar nos locais de batalha e depois que tudo era limpo e liberado pelo Exército Sérvio, os jornalistas podiam trabalhar ... só que apenas alguns locais eram liberados para as agências e foi nessa que a sorte comercial sorriu para mim em plena guerra ... eu tinha acesso livre a esses locais pós-batalhas e quando as agências descobriram, começaram a me contatar no bar do Teatro que era o point cultural da guerra ... eles tinham um computador portátil (não era lap) que revelava minhas películas fotográficas em negativos ... escolhiam as fotos, scaneavam e passavam por e-mail para os órgãos de mídia de seus países de origem ... eu bebia Jelen Pivo, a melhor cerveja da Iugoslávia e era pago em dólar por foto, enquanto observava aquela nova inovação tecnológica de cair o queixo ...
... PRIMEIRO E-MAIL ...
... mdepaulafoto@globo.com ... meu primeiro e único e-mail pessoal até hoje ...
... QUANTAS CONTAS DE E-MAIL ATÉ HOJE ...
... duas ... uma pessoal e outra profissional ... e nunca mudei nenhuma das duas ...
... LEMBRA DO ALTAVISTA ? E DO ICQ ?
... o Altavista ainda uso até hoje para me auxiliar nos bate-papos internacionais ... meu trabalho sempre me levou para perto de diferentes culturas e acabei me tornando amigo de sérvos, croatas, russos, alemães, africanos etc ... o ICQ não cheguei a usar ...
... PRIMEIRA VEZ NO GOOGLE ...
... não recordo a primeira vez ao certo, mas o GOOGLE acabou se tornando nosso dicionário e fonte de pesquisa rápida na internet, portanto acredito que foi a partir de 2004 que passei a usar mais efetivamente esse serviço ...
... PRIMEIRA VEZ NO SKYPE ...
... no final de 2006, quando a Código Solar Produções, produtora da qual sou sócio-diretor, pegou uma campanha de marketing institucional comemorativa aos 25 anos de existência de uma empresa do interior de São Paulo ... foi a melhor medida para baixar a conta telefônica entre as duas empresas ...
... QUEM TE CONVIDOU PRO ORKUT ?
... desse eu fujo até hoje! fui solteiro até os 35 anos e viajei muito pelo Brasil e pelo mundo ....
... TEM BLOG ?
... não tenho blog pois estou construindo meu site que terá banco de imagens e diário das viagens que ainda realizo para documentar mundo afora !!!
Na foto acima Marcelo de Paula se prepara para descer 90 metros de rapel.
Tem na bagagem duas travessias oceânicas.
Uma no Navio Veleiro Cisne Branco da Marinha do Brasil.
A outra num veleiro de 50 pés na Regata Comemorativa aos 500 Anos do Brasil.
Viveu seis meses com os índios Carajás.
Em expedições, conheceu a Cordilheira dos Andes e a Terra do Fogo.
No Brasil conhece como poucos a Amazônia, o Parque Nacional do Iguaçu e Fernando de Noronha.
Ou seja.
Onde há uma paisagem remota ou de beleza infinita ou de culturas distintas, lá está ele.
Marcelo de Paula.
Um jornalista que nasceu para documentar o mundo em texto e imagem.
... PRIMEIRA VEZ NA INTERNET ...
... foi incrível ... em 98, eu realizava uma exposição fotográfica no Rio para lançar meu primeiro documentário sobre o Parque Nacional do Iguaçu, quando fui surpreendidamente chamado para cobrir a Guerra da Iugoslávia por iugoslavos que residiam no Brasil e eram ligados a Tanjug, a agência de notícias oficial da Iugoslávia ... na antítese das belezas naturais e da destruição, lá fui eu! voei do Brasil para a Rússia e depois fui de carro de Moscou para Belgrado, por não haver teto para pousar devido aos bombardeios da OTAN na região ... a idéia do convite era levar um jornalista brasileiro para escrever sobre uma ótica diferente das reportagens feitas pelas agências de notícias dos países que cobriam a guerra e bombardeavam a Iugoslávia: CNN, BBC, Press, AFP e outras ligadas aos membros da OTAN ... me associei para a publicação de fotos, textos e imagens junto à Revista de Domingo do Jornal do Brasil, Fantástico, a própria Tanjug e demais órgãos da mídia ... eu era uma sardinha independente no meio dos tubarões ... a tecnologia dessas agências para a cobertura da guerra era espantosa ... imagens, fotos e textos, tudo já era passado pela internet de forma instantânea ... por incrível que pareça, o fato de ser brasileiro, país que não estava participando daquela guerra, facilitou em muito o meu trabalho de acesso aos campos de batalha ... a Tanjug era a única a poder ficar nos locais de batalha e depois que tudo era limpo e liberado pelo Exército Sérvio, os jornalistas podiam trabalhar ... só que apenas alguns locais eram liberados para as agências e foi nessa que a sorte comercial sorriu para mim em plena guerra ... eu tinha acesso livre a esses locais pós-batalhas e quando as agências descobriram, começaram a me contatar no bar do Teatro que era o point cultural da guerra ... eles tinham um computador portátil (não era lap) que revelava minhas películas fotográficas em negativos ... escolhiam as fotos, scaneavam e passavam por e-mail para os órgãos de mídia de seus países de origem ... eu bebia Jelen Pivo, a melhor cerveja da Iugoslávia e era pago em dólar por foto, enquanto observava aquela nova inovação tecnológica de cair o queixo ...
... PRIMEIRO E-MAIL ...
... mdepaulafoto@globo.com ... meu primeiro e único e-mail pessoal até hoje ...
... QUANTAS CONTAS DE E-MAIL ATÉ HOJE ...
... duas ... uma pessoal e outra profissional ... e nunca mudei nenhuma das duas ...
... LEMBRA DO ALTAVISTA ? E DO ICQ ?
... o Altavista ainda uso até hoje para me auxiliar nos bate-papos internacionais ... meu trabalho sempre me levou para perto de diferentes culturas e acabei me tornando amigo de sérvos, croatas, russos, alemães, africanos etc ... o ICQ não cheguei a usar ...
... PRIMEIRA VEZ NO GOOGLE ...
... não recordo a primeira vez ao certo, mas o GOOGLE acabou se tornando nosso dicionário e fonte de pesquisa rápida na internet, portanto acredito que foi a partir de 2004 que passei a usar mais efetivamente esse serviço ...
... PRIMEIRA VEZ NO SKYPE ...
... no final de 2006, quando a Código Solar Produções, produtora da qual sou sócio-diretor, pegou uma campanha de marketing institucional comemorativa aos 25 anos de existência de uma empresa do interior de São Paulo ... foi a melhor medida para baixar a conta telefônica entre as duas empresas ...
... QUEM TE CONVIDOU PRO ORKUT ?
... desse eu fujo até hoje! fui solteiro até os 35 anos e viajei muito pelo Brasil e pelo mundo ....
... TEM BLOG ?
... não tenho blog pois estou construindo meu site que terá banco de imagens e diário das viagens que ainda realizo para documentar mundo afora !!!
Na foto acima Marcelo de Paula se prepara para descer 90 metros de rapel.
Presente Do Malecón
Oba !
O Migrante está dando a volta ao mundo com os presentes que está recebendo.
A foto ao lado é presente da Aninha Konichi - com a participação do Noel.
Para vê-lo clique na foto para aumentá-la.
Estou mandando uma foto que eu gosto muito que tirei em Cuba.
Noel e eu estamos em um coco-táxi e eu pego a máquina pra tirar uma foto do Malecón.
No cantinho esquerdo, aparece o Noel no retrovisor olhando a paisagem da foto.
Espero que goste!!!
Parabéns pro Migrante!!!
Beijocas!!!
O Migrante está dando a volta ao mundo com os presentes que está recebendo.
A foto ao lado é presente da Aninha Konichi - com a participação do Noel.
Para vê-lo clique na foto para aumentá-la.
Estou mandando uma foto que eu gosto muito que tirei em Cuba.
Noel e eu estamos em um coco-táxi e eu pego a máquina pra tirar uma foto do Malecón.
No cantinho esquerdo, aparece o Noel no retrovisor olhando a paisagem da foto.
Espero que goste!!!
Parabéns pro Migrante!!!
Beijocas!!!
Medalha De Prata
Segundo a Nasa, se nossa galáxia resolvesse fazer uma Olimpíada, a medalha de ouro na categoria Estrela Mais Brilhante Conhecida iria para uma estrela chamada Eta Catarina.
Porém Eta seria sempre desafiada por essa mocinha aí ao lado.
Peony.
Medalha de prata, ela foi descoberta bem no centro da Via Láctea pelo Spitzer [o segundo telescópio mais bacana do mundo, o primeiro, vocês sabem, eu sou apaixonada por ele, é o Hubble].
Voltando à Peony, o brilho dela é o equivalente à luz de 3.2 milhões de sóis.
A medalhista de ouro, Eta Catarina, produz o equivalente à luz de 4.7 milhões de sóis.
Os astrônomos, porém, dizem que essas estimativas não são lá muito precisas.
É possível que Peony seja ainda mais brilhante que Catarina.
Mas, ora bolas, se Peony é assim tão reluzente por que ela não aparece mais ?
Poeira é a resposta.
Peony fica numa região muito empoeirada do Universo, num congestionamento de estrelas.
Bem, na verdade, podem existir estrelas até mais brilhantes do que essas duas.
Só que a poeira não deixa a gente ver.
Congestionamento ???
Poeira ???
Tem horas que a Via Láctea lembra a China.
Eu hein !
Porém Eta seria sempre desafiada por essa mocinha aí ao lado.
Peony.
Medalha de prata, ela foi descoberta bem no centro da Via Láctea pelo Spitzer [o segundo telescópio mais bacana do mundo, o primeiro, vocês sabem, eu sou apaixonada por ele, é o Hubble].
Voltando à Peony, o brilho dela é o equivalente à luz de 3.2 milhões de sóis.
A medalhista de ouro, Eta Catarina, produz o equivalente à luz de 4.7 milhões de sóis.
Os astrônomos, porém, dizem que essas estimativas não são lá muito precisas.
É possível que Peony seja ainda mais brilhante que Catarina.
Mas, ora bolas, se Peony é assim tão reluzente por que ela não aparece mais ?
Poeira é a resposta.
Peony fica numa região muito empoeirada do Universo, num congestionamento de estrelas.
Bem, na verdade, podem existir estrelas até mais brilhantes do que essas duas.
Só que a poeira não deixa a gente ver.
Congestionamento ???
Poeira ???
Tem horas que a Via Láctea lembra a China.
Eu hein !
Sábado De Sangue
A cidade que vemos bombardeada na foto ao lado é Gori.
Conhecida por ser a cidade natal de Joseph Stalin.
Gori, na Geórgia, foi novamente atacada hoje de manhã.
Pelo menos 16 aviões russos foram vistos no céu.
Quatro vezes a quantidade de aviões que atacaram a cidade ontem.
Hoje dois conjuntos de prédios residenciais foram bombardeados.
O que as fotos não mostram são os mortos.
1.500 civis já morreram neste conflito.
Que todo mundo assiste sem ver o sangue derramado.
Mas para cada foto espetacular de mísseis no céu e explosões ao fundo é bom lembrar dos mortos.
Do sangue que corre a cada bomba que cai.
As agências de notícias relatam que civis e soldados inundaram os hospitais hoje de manhã.
A maioria com estilhaços de granadas e morteiros pelo corpo.
Uma guerra não pode ser vista com tanta frieza.
Uma guerra é uma guerra.
Com milhares de mortos e feridos.
Pessoas traumatizadas.
Enquanto o Conselho de Segurança da ONU se reúne em Nova Iorque e os analistas internacionais discutem a natureza do conflito pessoas morrem pelos escombros.
É bom a gente nunca se esquecer disso.
Conhecida por ser a cidade natal de Joseph Stalin.
Gori, na Geórgia, foi novamente atacada hoje de manhã.
Pelo menos 16 aviões russos foram vistos no céu.
Quatro vezes a quantidade de aviões que atacaram a cidade ontem.
Hoje dois conjuntos de prédios residenciais foram bombardeados.
O que as fotos não mostram são os mortos.
1.500 civis já morreram neste conflito.
Que todo mundo assiste sem ver o sangue derramado.
Mas para cada foto espetacular de mísseis no céu e explosões ao fundo é bom lembrar dos mortos.
Do sangue que corre a cada bomba que cai.
As agências de notícias relatam que civis e soldados inundaram os hospitais hoje de manhã.
A maioria com estilhaços de granadas e morteiros pelo corpo.
Uma guerra não pode ser vista com tanta frieza.
Uma guerra é uma guerra.
Com milhares de mortos e feridos.
Pessoas traumatizadas.
Enquanto o Conselho de Segurança da ONU se reúne em Nova Iorque e os analistas internacionais discutem a natureza do conflito pessoas morrem pelos escombros.
É bom a gente nunca se esquecer disso.
Versão 2008
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Itatiba
É onde estou neste exato momento.
A viagem foi de carro.
Tudo para ser tranquilo após os dois últimos dias passados em q-u-a-t-r-o aeroportos.
Mas os GPSs ainda não prevêem acidentes.
E rodovias fechadas.
Chuvas pesadas.
Sextas-feiras desesperadas.
Por isso a viagenzinha que deveria durar, segundo o próprio GPS, 1h04 minutos, levou 3h12.
Pois é.
Da próxima vez que eu disser que viajar pode não ser tão maravilhoso assim por favor me dêem ouvidos.
.
A viagem foi de carro.
Tudo para ser tranquilo após os dois últimos dias passados em q-u-a-t-r-o aeroportos.
Mas os GPSs ainda não prevêem acidentes.
E rodovias fechadas.
Chuvas pesadas.
Sextas-feiras desesperadas.
Por isso a viagenzinha que deveria durar, segundo o próprio GPS, 1h04 minutos, levou 3h12.
Pois é.
Da próxima vez que eu disser que viajar pode não ser tão maravilhoso assim por favor me dêem ouvidos.
.
Finalmente
Uma câmera digital do tamanho e do formato de um olho humano.
A foto correu o mundo ontem após ser divulgada em estudo da inglesa Nature.
E em que uma câmera-olho pode melhorar nossa visão ?
Em muita coisa.
Ela vai melhorar a qualidade dos filmes digitais.
Vai melhorar os exames médicos.
Pode ajudar a desenvolver uma retina artificial e até mesmo o esperado olho biônico.
E por que ela não tinha sido desenvolvida até agora ?
Porque é difícil pacas, ora bolas.
Vai tentar fazer uma câmera com a superfície curva para ela realmente se parecer com um olho.
Dá um trabalhão construir microeletrônicos sobre superfícies curvas sem quebrá-los.
Se você retorcer, eles simplesmente quebram.
Como conseguiram fazer isso para uma câmera a boa notícia é que agora os pesquisadores vão poder instalar componentes eletrônicos em lugares que não podiam antes.
Ui!
E já pensou uma câmera que além de dar mais ganho de visão ainda não perde foco nos cantos ?
Eu quero !
Uma câmera-olho.
Quando os caras conectarem essa câmera também ao cérebro, yuhu, sai da frente !
Vai ser o máximo !
A foto correu o mundo ontem após ser divulgada em estudo da inglesa Nature.
E em que uma câmera-olho pode melhorar nossa visão ?
Em muita coisa.
Ela vai melhorar a qualidade dos filmes digitais.
Vai melhorar os exames médicos.
Pode ajudar a desenvolver uma retina artificial e até mesmo o esperado olho biônico.
E por que ela não tinha sido desenvolvida até agora ?
Porque é difícil pacas, ora bolas.
Vai tentar fazer uma câmera com a superfície curva para ela realmente se parecer com um olho.
Dá um trabalhão construir microeletrônicos sobre superfícies curvas sem quebrá-los.
Se você retorcer, eles simplesmente quebram.
Como conseguiram fazer isso para uma câmera a boa notícia é que agora os pesquisadores vão poder instalar componentes eletrônicos em lugares que não podiam antes.
Ui!
E já pensou uma câmera que além de dar mais ganho de visão ainda não perde foco nos cantos ?
Eu quero !
Uma câmera-olho.
Quando os caras conectarem essa câmera também ao cérebro, yuhu, sai da frente !
Vai ser o máximo !
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