sábado, 30 de agosto de 2008

Me, Myself & Os Terremotos

Sim.
Assim como tenho histórias de furacões para contar, também tenho história de terremotos.
É.
Isso é que dá viajar tanto.
Morei seis meses no México.
E consegui enfrentar por lá, no curto espaço de uma semana, dois terremotos.
Bem, pra ser sincera, um deles, no fim das contas, foi registrado apenas como leve tremor de terra.
E o outro, graças aos deuses, não matou ninguém, fez poucos feridos, e entrou para a história como um terremoto de baixa intensidade.
Mas fato é que por duas vezes, na mesma semana, a terra tremeu debaixo dos meus pés.
E acreditem.
Não há graça nenhuma.

E o que se faz durante um terremoto ?
O primeiro, o tal abalo sísmico leve, eu nem percebi direito.
A mesa de vidro na varanda fez um barulho e eu achei que era reflexo de uma obra grande que estavam fazendo no prédio.
No segundo tive o sangue frio de fazer tudo direitinho como mandava o treinamento feito quando morei em San Diego, na Califórnia, numa ladeira linda, em Mission Hills, a California Street.
Sabe aquelas ladeiras lindas, onduladas, ensolaradas, de comercial de multinacional em San Francisco ?
Pois é.
Em San Diego, a California Street, onde eu morava, era assim.
Linda.
Até eu descobrir que aquela ladeira formosa era exatamente tão formosa assim porque se constituía num braço direto da Falha de Santo André.
Ela mesma.
A falha que um dia vai causar o maior estrago do mundo ao se fraturar, separando um pedaço da Califórnia do resto dos Estados Unidos.
E morar num braço direto da falha, significa menor chance de sobrevivência na hora da rachadura.
Por isso, como todos os moradores de San Diego, na casa onde eu morava, uma vez por ano alguém tinha que participar de um curso da prefeitura de prevenção para terremotos.
Além disso tínhamos que ter estocados na garagem - havia blitz para fiscalizar isso -tantos galões de água, caixa de primeiro socorros, tantas pilhas, lanternas, e vários outros itens básicos de sobrvivência.
Sabedora do que fazer quando a terra treme, no México, não hesitei.
Quando o lustre começou a balançar, a cama a balançar, o chão do quarto a balançar, o apartamento a balançar, o prédio a balançar e a rua inteira a balançar, corri para debaixo da quina da porta.
E esperei passar.
É tudo que se pode fazer numa hora dessa.
Agora o que passa pela cabeça de uma pessoa nesses míseros segundos, nem te conto.

Nenhum comentário: