quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Mostra II - Ou Por Que Nao Vou Ver o Melhor Filme da Mostra
Porque já vi !
E digo mais.
Se eu fosse condenada por algum gênio da lâmpada da pá virada a assistir a apenas um único filme nessa Mostra, eu escolheria 'Curse of The Golden Flower', de Zhang Yimou.
Mr. Yimou, vocês vão ver pelo tom deste post, é um dos meus ídolos.
Não tenho muitos.
Um é até o Charlie Rose, sobre quem já escrevi algumas coisas aqui.
O outro é Zhang Yimou.
Amo seus filmes e sua história pessoal.
Um dia conto aqui no Migrante.
Não que ele não escorregue aqui e ali, coma as atrizes dos seus filmes e tal, mas com a câmera, ele é rei.
É meu diretor preferido e não vejo ninguém que saiba filmar melhor que ele.
As cenas, os planos, os temas, as cores, o estilo.
Fico olhando os filmes dele e percebendo como esse cara sabe filmar.
E, nossa, como é bom ver o filme de alguém que sabe filmar.
Que tem técnica.
Que estudou.
Estudou, e estudou a fundo, todas as fases do cinema.
Quem duvidar é só se dar ao trabalho de ler um pouquinho sobre a formação de um cineasta pela Academia Nacional de Pequim.
Não tem moleza de cursinho em Nova Iorque não.
Esse senhor estudou cinema.
Não nasceu gênio.
Nasceu com um dom.
Mas foi aprender.
Faz parte dos talentos que com humildade estudam porque sabem o quanto o conhecimento é fruto de dedicação e esforço.
Assisto qualquer coisa dele sem nem querer saber do que se trata.
Foi assim com 'Curse of The Golden Flower'.
Não aguentei esperar mostra ou lançamento por aqui.
Comprei o dvd no dia em que foi posto à venda.
E valeu cada centavo da importação.
A cena de abertura é inesquecível.
Se você for ver o filme, nem que não goste do filme em si, repare nela.
É pura técnica.
Cena de quem domina e sabe muitíssimo bem o que está fazendo.
Aqui no Brasil, não me apresentem o tradutor, o filme vai se chamar A Maldição da Flor Dourada.
Por que essa pessoa não chamou o filme de A Maldição do Crisântemo, não quero nem saber.
Golden flower, basta dar um google, é crisântemo.
Se o tradutor se desse ao trabalho de ler um pouquinho só que fosse sobre o filme ou sobre a história da China veria o porquê do crisântemo.
É uma das plantas nobres da China, assim como o bambu e a orquídea.
Foi distintivo do exército e vestuário da nobreza.
Toda a história do filme.
A não ser, claro, que seja coisa do distribuidor que achou que crisântemo fosse um nome muito difícil para nós, a patuléia que vai ao cinema.
Que o filme ia ser menos assistido por isso.
Bah, chega, não quero mais falar do assunto, me irrita.
Voltemos a Zhang.
Aliás devo dizer que finalmente, graças a uma amiga chinesa, a Sofia, vocês ainda lerão sobre ela aqui, aprendi a pronunciar o nome dele corretamente.
Sim, mico total.
Passei a vida inteira falando o nome do meu ídolo com pronúncia errada.
Sempre disse 'Zanguimú'.
E Sofia, que se chama Xin Nie, me explicou.
Na China o primeiro nome é sempre o sobrenome,.
Logo Zhang é o nome da família.
Eu não disse nada, mas, orra meu, Zhang deve ser algo tipo nossos Silvas.
Porque só nessa edição da mostra tem quatro cineastas chamados Zhang.
Fala sério.
Das três, uma.
Ou Zhang é Silva.
Ou toda mãe chinesa que gostaria de ter um filho diretor bota esse nome.
Ou vai ver que com 1 bilhão de pessoas, tem mais gente do que nome, vamos repetir mesmo porque é humanamente impossível achar sobrenome pra toda essa gente.
Sei lá, vou perguntar pra Dayse Espíndola, a Tai Si.
Bom, mas fato é que Zhang Yimou, na China, se pronuncia Dhan Ímou.
Penei até consegui falar direito, mas me esforçei e já tá saindo com mais naturalidade.
Não sei dizer qual filme dele eu mais gosto.
Sou passional demais para escolha.
Mas amo Nenhum a Menos.
Assim como The Road Home.
Sou fã de Hero, a cena do lago é linda de morrer, e O Clã das Adagas Voadoras.
The Red Sorghum é o filme preferido do meu amigo moviemaniac, o texano David Presas.
Lanternas Vermelhas é o filme preferido de muita gente.
E nem preciso dizer que a abertura das Olimpíadas da China será a minha favorita para todo o sempre.
Em 08/08/08 Mr. Yimou vai mostrar ao mundo o valor da gente estudar aquilo que ama e para o qual somos nascidos.
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