Assisti a I'm Not There na Mostra.
É mesmo incrível.
Adorei.
Nem esperava gostar tanto.
É que havia lido uma crítica do Carlos Brandão, presidente da Associação de Críticos do Rio de Janeiro, no DocBlog de Carlos Alberto Mattos.
No texto, Brandão comenta a comparação dos críticos no Festival de Nova York de I'm Not There com o documentário The Other Side of the Mirror: Bob Dylan at the Newport Folk Festival, 1963-1965, de Murray Lerner.
O doc foi exibido um dia depois do filme de Todd Haynes.
E, na comparação, parece que ganhou.
I'm Not There foi acusado de vazio e sem alma.
E que seu roteiro em momento algum conseguiu lançar um mínimo de luz sobre as causas da progressiva mudançå de Dylan da música ideológica de protesto para o rock and roll.
Não vi ainda o doc.
Mas de cara discordo de que I'm Not There seja 'vazio e sem alma'.
Ou que seu roteiro não lance luzes sobre a mudança.
O filme tem alma sim.
Todd Haynes botou uma alma ali.
Pode-se não gostar.
Eu gostei.
Mas enxerga-se uma alma na fotografia, no roteiro, na escolha de seis atores para o papel de Dylan, na atuação de Cate Blanchett, que, pra mim, merece Oscar, Leão, Medalha, o que aparecer pela frente este ano na categoria de melhor atriz.
Também discordo de que o roteiro não lance luzes na mudança.
Bom, eu, que não conheço tanto assim a vida de Bob Dylan, entendi pacas sobre o porquê dele ter trilhado um caminho tão tortuoso.
Na dúvida, já encomendei o documentário.
Quero assistir para poder comparar.
Pela crítica entendi que a montagem de The Other Side of the Mirror aposta mais na vaia que Dylan tomou no festival de Newport, em 65, por cantar músicas de rock como corte epistemológico na cabeça do bardo.
Há uma lágrima que ninguém sabe se é lágrima ou suor.
Enfim, pode até ser que goste mais do doc mas acho difícil desmerecer I'm Not There.
Admiro a coragem da fotografia escolhida por Todd.
Cada época tem uma citação.
Há um granulado a la Super-8, techno black & white, o technicolor esmaecido dos anos 70, de tudo um pouco.
Julianne Moore de Joan Baez é curioso.
Bacana mesmo é ver Michelle Williams irreconhecível na pele de Coco.
Gostei muito também da Charlotte Gaisnbourg.
Uma surpresa, achei-a na medida.
Enfim, quando assistir ao documentário volto a falar do filme.
Aliás quando assistir também ao doc de Martin Scorsese, o No Direction Home.
Suas três horas já estão baixadas aqui no iTunes.
Quero ver os três para poder comparar.
Mas acho que houve uma espécie de maniqueísmo tosco e meio cansativo dos críticos no Festival Nova-Iorquino.
Pagarei, literalmente, para ver.
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Não vi o I'm Not There nem esse outro documentário sobre o Festival (que também encomendei em DVD), mas o No Direction Home eu vi e já posso te adiantar que é sensacional !! Ganhei o DVD de Natal ano passado e o vi umas três vezes - inclusive o disco extra, que traz alguns clipes e mais algumas entrevistas. Recomendo também o disco com as canções desse filme do Scorsese, lindo lindo.
bjs!
Não acredito que vc conseguiu e eu não!!! Cheguei na Reserva Cultural na segunda e não tinha mais ingresso. Vou tentar dia 28!!! Me deseje boa sorte!
Bjosssssssss
Sou suspeito pra falar do que sai sobre Robert Zimmerman, vulgo Bob Dylan.
Ainda não vi I'm Not There.
Brasília ainda é uma província no que se refere a lançamentos cinematográficos.
Mas acredito que o filme, assim como seu inspirador, seja "cheio e com muita alma".
Postar um comentário