domingo, 4 de novembro de 2007

Bolsas Pra Que Te Quero - II

A bolha vai estourar.
Resta saber quando.
Estamos falando da bolha das bolsas de griffe.
A referência é a matéria de Eric Wilson no NYT.
O mesmo NYT do slideshow do post abaixo.
Vejamos os dados.
Os preços das bolsas de griffe estão absurdamente altos.
Até aí já sabemos.
Mas os analistas já prevêem uma queda no mercado que, como diz Eric, teve seu pico de 'crescimento irracional', em 2004.
E, quem diria, poderá ser a combinação de uma taxa de juros volátil [eles não estão acostumados, coitados] com um dólar fraco que irá jogar as bolsas no chão.
Não teve o 'pouso da águia' na explosão da bolha das ponto com no início deste século ?
Pois bem agora [isso é invenção minha] assistiremos ao 'pouso da Fendi' com a crise do mercado imobiliário americano.
Cruzes.
Bolsas de griffe e mercado imobiliário, aliás, têm muito a ver.
Assim como houve o marco do studio de 1 milhão de dólares em NY, também houve o marco da bolsa de 1 mil dólares. [essa é de um dos entrevistados da matéria].
Vale a pena ler.
Assim como todo condomínio de luxo em NY tem um nome luxuoso, todas as bolsas também o tem.
Heloise, Mathilde e Beata, da Chloé.
Mariah, Camila e Elsa, de Marc Jacobs.
Uptown, Downton e The Muse são criações da Yves Saint Laurent.
Favor não confundir com prédios de André Balzas.
E as 'hobos' ?
A Dolce & Gabbana Miss Perfect hobo custa 795 dólares.
A Celine Bittersweet Hobo, 1700 dólares.
Uma Prada Nappa Gauffre Antic hobo, 1750 dólares.
A editora da revista Domino diz que os designers estão testando as leis da economia fazendo bolsas cada vez mais caras até que as pessoas, finalmente, parem de comprar.
A moça diz que sofre com o pensamento de que as mulheres são induzidas a comprar uma nova bolsa a cada estação.
Mas não é que aproveita para alfinetar e diz que algumas mulheres ainda carregam a Muse, da YSL, achando que estão na moda mas já não estão mais ...
É, deve sofrer muito mesmo a pobre editora ...
A diretora de moda da Barneys diz que o fenômeno mudou.
Suas clientes agora querem coisas interessantes.
E não querem mais gastar tanto dinheiro em algo que, afinal, todo mundo tem.
A Coach já previu que não vai vender tanto quanto queria nesse fim-de-ano.
A diretora de criação da LeSportsac diz que aquela bolsa de 5 mil dólares do Marc Jacobs ... já era ... [ui].
Por isso a empresa está desenvolvendo uma linha de bolsas da Stella McCartney bem mais em conta, menos de 350 dólares.
Mas o melhor dela é a próxima frase.
Para Elizabeth Kiester, o mercado de luxo está tão acima do topo que ficou demente.
Ela chama as bolsas de 'limo bags'.
Uma referência às limusines bregas.
'Eu não tenho uma limusine', diz ela.
Hilário.
Se o Diabo realmente veste Prada, deve estar rindo à toa.
No livro, 'Deluxe: How Luxury Lost Its Luster', de Dana Thomas, está lá escrito.
A população americana está [não ria] over-acessorizada.
Quá, quá.
Uma pesquisa feita em 2004 mostrava que a mulher americana estava comprando mais de 4 bolsas por ano.
U-la-lá.
Bom, mas enquanto a bolha não estoura ...
[e será que vai estourar mesmo ?]
... o Diabo desfila por aí com uma Chanel.
A ótima reportagem de Eric Wilson encerra com as vendas da Neiman Marcus.
Em outubro, a loja vendeu uma edição especial limitada de apenas 25 bolsas Chanel.
Estilo 'croco'.
Coleção feita exclusivamente para o aniversário de 100 anos do revendedor.
Saiu tudo num piscar de cartões de crédito.
O preço de cada bolsa ?
Advinha ?
25 mil dólares.

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